Parecia quase uma cimeira sérvia em Melbourne. Os fãs receberam Novak Djokovic com entusiasmo e o tenista retribuiu com uma vitória na Rod Laver Arena, local onde o atual número cinco do ranking mundial disputou a primeira partida no Open da Austrália. As bancadas gritaram “Nole, Nole, Nole”, usando o diminutivo de Djokovic, como motor do incentivo. E cada break conseguido era quase uma vitória.

As bandeiras da Sérvia coloriram as bancadas, os aplausos dominaram a paisagem sonora do court e as celebrações de cada ponto mostravam que Djokovic representava todos os que torciam pelo seu sucesso. O adversário, o espanhol Roberto Carballés Baena, vivia só num mundo onde aterrou por acaso, uma vez que tinha o recinto maioritariamente a torcer pelos seus erros. Há um ano, o cenário para a participação do atleta mais titulado do Open da Austrália na edição de 2023 da competição parecia impossível devido à proibição de entrar no país da Oceania durante três anos por ter sido deportado em 2022 depois de se ter recusado a vacinar-se contra a Covid-19. Um visto temporário resolveu tudo.

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No final do encontro, Djokovic elogiou a atmosfera da Rod Laver Arena que terminou já durante a madrugada australiana. “Atmosfera incrível… Obrigado por terem ficado até tão tarde. Obrigado também por me terem recebido de uma forma que podia apenas sonhar”, afirmou dirigindo-se ao público que aplaudiu com veemência as palavras. Devido ao facto de estar vacinado contra a Covid-19 ser uma condição para participar na edição transata da prova, Djokovic acabou por ver de fora a competição. “Sinto-me muito bem por estar de volta à Austrália, onde vivi os maiores sucessos da minha carreira”.

Com o empurrão das bancadas, Novak Djokovic ultrapassou o oponente espanhol em três sets (6-3, 6-4 e 6-0 foram os resultados dos parciais). No primeiro set, com a partida em 2-2, o sérvio salvou três break points e arrancou para uma série de 12 pontos consecutivos.

O encontro corria tão bem que o tenista deixou o court quando os jogadores trocavam de campo com o marcador em 3-2. Djokovic avisou a árbitra, Aurelie Tourte, de que precisava de ir à casa de banho e assim o fez, regressando a tempo de não ser penalizado.

Começou assim a tentativa do jogador de 35 anos igualar Rafael Nadal no topo da lista de jogadores com mais títulos do Grand Slam. O sérvio tem 21 Majors conquistados, menos um do que o espanhol, de entre os quais nove conseguidos em Melbourne.