O presidente da Assembleia da República assinalou, esta sexta-feira, a cooperação com a organização da Jornada Mundial da Juventude para uma mobilização cívica dos jovens participantes para a educação para a cidadania democrática.

Augusto Santos Silva esteve esta tarde na sede da entidade organizadora da Jornada Mundial da Juventude no dia em que passam quatro anos desde que foi anunciado que Lisboa acolheria este evento, uma visita na qual esteve Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, e Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa.

“Estamos a trabalhar já desde o tempo do presidente [da Assembleia da República] Ferro Rodrigues e agora comigo e com o senhor bispo D. Américo Aguiar no sentido de verificar as condições em que nós podemos também aproveitar esta mobilização de jovens aqui em Lisboa e em Loures para que a mobilização seja, para além de religiosa, uma mobilização cívica para que a educação para a cidadania democrática seja também tema, assim como a preocupação com os problemas globais do mundo e a defesa dos bens globais da humanidade como os oceanos, a paz, a segurança, o ambiente, a preservação da biodiversidade”, disse, no final, aos jornalistas Santos Silva.

Segundo o presidente da Assembleia da República, a sua visita “tem um lado simbólico”, ou seja, “manifestar em nome do parlamento o máximo respeito por esta grande realização que Portugal se orgulha de ter este agosto em Lisboa”.

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“Mas também tem um caráter de visita de trabalho para aprofundar as formas de cooperação com a organização da Jornada Mundial da Juventude nas dimensões que nos dizem respeito a nós no parlamento, a educação para a cidadania democrática de um lado e a mobilização dos jovens em torno da defesa dos bens comuns da humanidade”, acrescentou.

Este evento, segundo Santos Silva, é uma “acontecimento muito importante para o país e, portanto, para o parlamento”, recordando que a Assembleia da República “aprovou já há vários anos a lei da liberdade religiosa”. “A religião e a prática religiosa significam uma prática social que nos merece todo o respeito e termos um milhão e meio, provavelmente, de jovens de todo o mundo de mais de uma centena de países reunidos em Portugal tem, em si, um significado acrescido também para o parlamento português”, defendeu.

Segundo o presidente do parlamento, esta jornada “terá também eventos a ela associados, em particular aqueles que são reunidos sob o tema do festival da Juventude, que tem a ver com artes, com música, mas também tem a ver com a cidadania e esse é um motivo de interesse direto para a Assembleia da República”.

Já no final da visita, o Presidente da Assembleia da República falou ainda sobre a postura dos portugueses perante o evento. “Não vejo nenhuma contestação social à realização da JMJ, vejo um grande júbilo em todo o país, desde que foi anunciado pelo Papa Francisco que esta JMJ se realizava em Lisboa”, garantiu.

A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Este evento nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.