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O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, escreveu uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Shoigu, alegando que o exército ucraniano está a planear uma ofensiva para isolar as suas forças do corpo principal das tropas russas no leste da Ucrânia.

Na carta, publicada esta segunda-feira pelo seu serviço de imprensa e traduzida pelo jornal Ukrainska Pravda, Prigozhin refere que o “ataque em larga escala” devera acontecer no final de março ou início de abril e pede ao ministro que atue para evitar que os combatentes da companhia privada sejam separados das restantes unidades russas.

“Peço que tome todas as medidas necessárias para impedir que o grupo Wagner seja isolado das unidades principais das Forças Armadas russas, o que terá efeitos negativos para a operação militar especial [termo utilizado pelo Kremlin para descrever a guerra na Ucrânia]”, pode ler-se na missiva.

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O líder do grupo mercenário refere ainda que os seus combatentes controlam 70% da cidade de Bakhmut — palco de intensos confrontos entre as forças russas e ucranianas — e que continuam a ofensiva até à libertação total.

A carta é enviada num momento de tensão entre o líder da companhia privada e o Ministério da Defesa liderado por Shoigu. Aproveitando alguns sucessos na linha da frente, Prigozhin tem entrado em disputa com o ministro, deixando críticas pela falta de equipamentos entregues aos seus combatentes ou às táticas militares e insucessos russos no campo de batalha.

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Esta segunda-feira foi marcada por um novo capítulo, com Prigozhin a afirmar que o genro do ministro, Alexei Stolaryov, casado com Ksenia Shoigu, é “escumalha”.

Numa mensagem de áudio publicada na conta de Telegram, traduzida pelo jornal The Guardian, Prigozhin traçou uma comparação entre Stolaryov com Aik Gasparyan, um dos combatentes do grupo Wagner. “Quem é melhor? Aik, que cometeu um crime, saiu e tornou-se um verdadeiro herói, ou esse blogger escumalha que continua a ser uma criatura vil?“, questionou.

Não é a primeira vez que Prigozhin critica o genro de Shoigu. Numa outra ocasião, já tinha mostrado disponibilidade para treinar Stolaryov “durante seis semanas” e prepará-lo para a guerra na Ucrânia. “Vou ajudá-lo a melhorar e a enviá-lo para as operações de combate”, sugeriu o mercenário nas redes sociais.