O Presidente angolano defendeu esta terça-feira, em Luanda, a urgência de se reestruturar o Conselho de Segurança das Nações Unidas para garantir a presença como membros permanentes de regiões de planetas atualmente excluídos.
Falando na abertura do conselho consultivo alargado do Ministério das Relações Exteriores de Angola, João Lourenço referiu-se a regiões como África e a América do Sul, “cuja voz não pode ser negligenciada, porque pode ser determinante na tomada de decisões das questões fulcrais como a paz e segurança, a segurança alimentar a defesa do ambiente, saúde pública e outras que tem a ver com a sobrevivência a nível global”.
“Não foram encontradas ainda as soluções seguras e duradouras para as situações de conflitos perigosos e prolongados como o da península coreana e israelo-palestino, cujas resoluções do Conselho de Segurança vêm sendo desrespeitadas e ignoradas”, disse.
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O chefe de Estado angolano relembrou que nunca houve uma paz efetiva no mundo após a segunda guerra mundial, apesar de ter surgido a Organização das Nações Unidas, cujo papel é o de garantir a paz e a segurança mundiais.
Segundo João Lourenço, a ausência do equilíbrio de interesses está na origem de muitos dos problemas atuais, “e daí a necessidade de os líderes mundiais assumirem a responsabilidade de fazerem uma profunda reflexão sobre o papel central e incontornável que as Nações Unidas devem ter, de modo a que os destinos da humanidade sejam construídos na base do escrupuloso respeito e observância das normas do direito internacional e da carta das Nações Unidas”.
De acordo com o Presidente angolano, África enfrenta inúmeros conflitos armados, alguns internos e outros entre países vizinhos, situações para as quais Angola tem procurado com a sua experiência ajudado a debelar os problemas que afetam os seus países vizinhos.
Tudo “para que dialoguem, negociem a paz e, assim, passarem a dedicar todas as suas energias e recursos disponíveis ao serviço exclusivo e desenvolvimento económico e social dos seus países”, referiu.
João Lourenço frisou que a diplomacia angolana defende a resolução negociada e pacífica dos conflitos seja de que dimensão e envergadura forem e em qualquer continente.
“O mundo acompanha com muita preocupação o eclodir da guerra da Rússia contra a Ucrânia e a anexação de territórios de um país independente, situação que Angola condena”, referiu.
João Lourenço apelou “a um cessar-fogo incondicional para se criar o ambiente para o início de negociações, para o estabelecimento de uma paz duradoura e se evitar o escalar de uma guerra que já casou a maior crise humanitária, alimentar e energética que o mundo conhece desde o fim da segunda guerra mundial, em 1945, e por representar a maior ameaça à paz e segurança mundiais pelo envolvimento direto ou indireto das maiores potencias internacionais”.