O prazo para os eventuais concorrentes apresentarem propostas para a construção da linha Rubi do Metro do Porto, que inclui uma nova ponte sobre o Douro, termina a 17 de julho, disse o presidente da empresa.

“O prazo é 17 de julho. A nossa intenção é começarmos as obras durante o quarto trimestre de 2023, durante o presente ano, sendo que nós estimamos que no início de novembro tenhamos condições para iniciar as obras”, assinalou Tiago Braga aos jornalistas, no final da cerimónia de lançamento do concurso público internacional para a construção da linha Rubi, que decorreu esta quarta-feira na Alfândega do Porto.

A linha Rubi ligará a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Gaia, inclui a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro e terá um custo total de 435 milhões de euros, dos quais 299 milhões têm financiamento garantido pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e a sua construção terá de estar finalizada até meio de 2026.

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Questionado acerca das frentes de obra necessárias para executar a obra dentro dos prazos, Tiago Braga disse que “um projeto com esta dimensão e com esta especificidade” exigirá que “a obra arranque em simultâneo num conjunto muito alargado de frentes”.

“Esse, aliás, será uma das matérias que será agora analisada do ponto de vista dos méritos dos concorrentes, em termos de plano de trabalho, de memória descritiva, cronograma de execução”, disse o responsável da Metro.

Quanto a localizações de frente de obra, Tiago Braga estimou que “seguramente” os concorrentes tenham que apresentar “duas frentes de obra relativamente à ponte, com uma frente de obra na estação de Santo Ovídio, com uma frente de obra na estação das Devesas”, de forma a “responder aos desafios” colocados do ponto de vista do prazo.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.

Tiago Braga revelou ainda que quanto às expropriações de casas que terão de ocorrer em Santo Ovídio, para dar lugar à nova estação da Linha Rubi (que ligará à Linha Amarela e à futura linha de alta velocidade ferroviária), já foi possível chegar a a acordo com todos os moradores que terão as suas casas demolidas.

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Durante a cerimónia, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, sublinhou que a linha Rubi e a nova ponte sobre o Douro vão “expandir a cobertura territorial do sistema do metro da Área Metropolitana do Porto, mas, acima de tudo, reduzir os problemas de congestionamento” entre o Porto e Vila Nova de Gaia.

Duarte Cordeiro salientou a importância de “contrariar a tendência” evicenciada nos Censos de 2021, em que a taxa de motorização subiu de 44% para 48% em deslocações pendulares em Portugal, ao passo que o transporte coletivo passou de 25% para 20%.

“Temos a expectativa de chegar a 12 milhões de novos passageiros, e, acima de tudo, evitar a emissão de 12 mil toneladas de dióxido de carbono” durante o primeiro ano de operação da linha Rubi, salientou o ministro.

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