Rafael Nadal anunciou que vai terminar a carreira no próximo ano. O espanhol encontra-se a recuperar de problemas físicos e diz que se pretende afastar para estar apto a despedir-se dos maiores torneios do ténis mundial em 2024.

“O meu objetivo é tentar encarar o ano que vem com garantias de poder realizar aquele que acredito que seja o meu último. Paro para poder encarar, provavelmente, o último ano da minha carreira desportiva com garantias de poder desfrutar. Se continuo a jogar neste momento, não acredito que isso possa acontecer no ano que vem”, disse em conferência de imprensa. Apesar de não querer definir uma data, Nadal aponta ao regresso na Taça Davis.

Consequentemente, o espanhol não vai estar presente em Roland Garros, torneio em que é recordista de vitórias. O espanhol ganhou o Grand Slam francês no ano da sua estreia, em 2005 e, desde aí, não mais voltou a falhar o torneio que conquistou em 14 ocasiões. Ao longo de 18 anos, perdeu apenas três dos 115 jogos que disputou na terra batida francesa — uma com Robin Soderling, em 2009, e duas com Novak Djokovic, em 2015 e 2021. Esta quinta-feira, pela primeira vez, Rafael Nadal confirmou o que já vinha sendo adiantado. “Os torneios ficam para sempre, os jogadores vão e vêm. Roland Garros vai ser sempre Roland Garros comigo ou sem mim”.

“A lesão que fiz na Austrália não evoluiu como gostaria. Estive a trabalhar sempre, diria que sem parar, sempre de olhos nos objetivos seguintes. Perderam-se alguns pelo caminho, mas o último e, neste caso, o mais importante, que é Roland Garros, é impossível. Não vou poder estar e Roland Garros depois de muitos anos sem faltar à data”, afirmou. “Podem imaginar o quão difícil é para mim… não vou dizer ‘tomar esta decisão’, porque não é uma decisão que seja tomada por mim, mas sim pelo meu corpo. Não tenho intenção de jogar durante os próximos meses. A realidade é que, nestes últimos anos, os resultados foram de primeiro nível, mas o meu dia a dia tem sido de um nível muito baixo. A realidade é que, para o exterior, ficam as vitórias e os momentos bons e é disso que se trata o desporto. A nível pessoal, a nível diário que é o que também dá felicidade, têm sido anos, depois da pandemia, realmente difíceis”.

Em janeiro, Rafael Nadal contraiu uma lesão muscular na perna esquerda na segunda ronda do Open da Austrália enquanto jogava contra o norte-americano Mackenzie McDonald. O tempo de recuperação estimado era de dois meses, mas prolongou-se. A ausência do torneio mais importante de terra batida pode permitir que Novak Djokovic se torne no tenista com mais Grand Slams. O sérvio venceu o major australiano e igualou o espanhol com 22 conquistas.

Nadal é o segundo jogador a anunciar nas últimas horas que não vai estar no torneio francês. Nick Kyrgios também não vai a Roland Garros por se ter cortado no pé esquerdo no decorrer de um assalto, onde o seu carro foi roubado por um assaltante que chegou a apontar uma arma à mãe do australiano, anunciou o agente do tenista Daniel Horsfall que divulgou ainda que o australiano vai estar parado durante duas semanas e meia.

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