De há alguns jogos para cá, o treinador do Sporting, Rúben Amorim dá a ideia de sentir alguma impaciência face ao prolongamento de uma época que, embora só agora as contas da Liga dos Campeões tenham ficado fechadas, há muito que se arrasta para os lados de Alvalade. Foi por isso que, no último jogo em casa, o discurso soou a despedida e oscilou entre o alívio entre a temporada estar a acabar e o descontentamento por o Benfica ter obrigado a equipa verde e branca a passar por mais um episódio de desastre.

“Queria era ganhar e não conseguimos. Olhando para o desenrolar do jogo, mesmo tendo o Benfica crescido muito na segunda parte, fomos, no global, a melhor equipa e merecíamos ter ganho. Não podemos estranhar. A primeira parte do Sporting, a segunda parte do Benfica, nós com mais oportunidades, mas é assim”, analisou Amorim.

Com o empate a dois com o Benfica, o Sporting regista a pior marca pontual das últimas seis épocas à 33.ª jornada. A expectativa é fazer melhor na próxima temporada, mesmo que o técnico leonino saiba que perdeu a margem de erro. “Vou começar a próxima época muito mais fragilizado. O meu lugar está sempre à disposição. Acredito que vamos melhorar. Já passámos fases piores aqui. Acho que o clube está num bom caminho. É um risco para todos, para o treinador e para a direção. Cá estaremos para o ano para jogar ‘jogo a jogo’. Preparem-se já para o ‘jogo a jogo’”, explicou.

Uma vez que há tantos planos para o futuro, torna-se claro que Rúben Amorim não tem em mente sair do Sporting. “A única vez que coloquei essa situação foi a seguir à Juventus, em que falhámos os objetivos todos. Sinto que o Sporting sabe que o treinador está disposto a sair sem qualquer guerra ou pedido de indemnização, porque, se não, sei que não vai funcionar. Sempre disse que quero ficar no Sporting, mas meto o meu lugar todos os dias nas mãos do presidente. É um clube muito grande e sabemos como funciona. Esta é a melhor maneira de levar as coisas para a frente, sabendo que, para o ano, a margem vai ser muito pequena. Estamos preparados para isso”.

“A inconsistência tem a ver com termos mudado muitos jogadores. Depois, o treinador também inventa um bocadinho. Em certos jogos, fizemos uma rotação que, se calhar não devíamos fazer. Vamos avaliar jogo a jogo. Houve jogos em que não tivemos felicidade”, concretizou, referindo que o dérbi com o Benfica concentrou num jogo tudo o que foi o campeonato do Sporting.

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