793kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Centenas de pessoas manifestam-se em frente à Câmara Municipal do Porto para "mostrar dimensão" do Stop

Este artigo tem mais de 6 meses

Músicos, frequentadores do Stop e simpatizantes da causa reuniram-se junto ao edifício da Câmara Municipal do Porto para "mostrar a dimensão" do centro comercial.

Mais de uma centena de salas do Stop foram encerradas na terça-feira passada por falta de licenciamento
i

Mais de uma centena de salas do Stop foram encerradas na terça-feira passada por falta de licenciamento

Rui Oliveira/Observador

Mais de uma centena de salas do Stop foram encerradas na terça-feira passada por falta de licenciamento

Rui Oliveira/Observador

Centenas de pessoas reuniram-se esta segunda-feira à tarde em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto, na Praça General Humberto Delgado, em defesa do centro comercial Stop, quase uma semana após a Polícia Municipal ter encerrado, por ordem da autarquia, mais de 100 salas por falta de licenciamento.

Os manifestantes começaram a reunir-se pelas 15h, antes de partirem rumo ao Stop, na Rua do Heroísmo, ao final da tarde. Pelas 19h30, cerca de 500 pessoas começaram a descer a Avenida dos Aliados. O número começou a aumentar logo que iniciaram a subida da Rua de Passos Manuel, chegando à Praça dos Poveiros com o dobro dos participantes, contabilizou a Lusa.

Ao longo do percurso, foram afixados, em postes, paredes e árvores, cartazes com a fotografia de Rui Moreira e que faziam referências à alegada falta de coragem do autarca portuense. Na Avenida Rodrigues de Freitas, foi colado um outro cartaz onde estava escrito “- turistas + artistas”.

O protesto terminou pelas 20h55, com a entrada de muitos dos manifestantes no centro comercial.

Rui Oliveira/Observador

Uma manifestação “para mostrar a dimensão do centro comercial Stop”

Bruno Costa, presidente da Alma Stop, uma associação que representa os lojistas e músicos do Stop, destacou a importância do protesto desta segunda-feira em declarações à Rádio Observador.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Uma coisa que ficou desde logo decidida na sexta-feira entre a comunidade é que, mesmo que houvesse aceitação imediata da proposta da Câmara Municipal do Porto, queríamos fazer a manifestação para mostrar a dimensão do centro comercial Stop e da comunidade que lá está — músicos, artistas, lojistas e também pessoas preocupadas com a Cultura”, afirmou o responsável, que espera que um número elevado de pessoas se junte ao protesto desta segunda-feira.

Músicos do Stop manifestam-se em frente à Câmara Municipal do Porto

Questionado se os lojistas e músicos já tinham chegado a um acordo sobre as propostas apresentadas na sexta-feira, Bruno Costa disse que estas ainda estão a ser analisadas e que é importante chegar a um consenso. O Observador sabe que uma das questões que tem gerado mais discordância entre os utilizadores do centro é o horário de funcionamento.

“Eu próprio já comuniquei essa mensagem [que ainda não chegámos a um acordo] ao senhor presidente [da câmara] e, nos próximos dias, teremos de falar sobre isso. A urgência de regressar ao Stop é real, não há qualquer duvida em relação a isso. Queremos ter a certeza de que fazemos as coisas bem feitas e que há unanimidade entre toda a gente e estamos a trabalhar nesse sentido. Ainda estamos a discutir essa proposta”, declarou.

Rui Oliveira/Observador

O Stop “é algo pelo qual a cidade do Porto tem de lutar”

Ania Gonçalves, uma das manifestantes que se deslocou esta segunda-feira à tarde até à Câmara Municipal, explicou à Rádio Observador que decidiu juntar-ser ao protesto por o Stop ser um lugar que lhe é “caro” e também pelo desinteresse cada vez maior que a autarquia tem mostrado pela cultura “que não é saneada”.

“A nível autárquico, temos visto cada vez mais um desintersse pela cultura orgânica da cidade do Porto, a cultura que não é saneada pela câmara municipal. O meu marido é músico; os meus amigos são músicos; a minha família têm imensos músicos. Já tivémos salas no Stop; temos amigos que continuam a ter salas, outros que tiveram de sair. É algo que me é muito caro e muito grato. Acho que é algo pelo qual a cidade do Porto tem de lutar”, defendeu.

Descrevendo o Stop como um “sítio icónico” do Porto, Ania Gonçalves confessou que é um local que frequenta regularmente desde a “adolescência”, “em concertos, ensaios de amigos, gravações de videoclips“. “Mais do que um centro comercial, tornou-se um centro cultural e está a vista de toda a gente. Só não vê quem não quer.”

Espanha. Partidos tentam encontrar solução governativa

Entre os muitos que seguravam cartazes, João Alves, organizador de concertos, revelou à Lusa que existem “vários interesses, de várias pessoas” e que, por isso, é complicado encontrar uma solução . “O Stop tem muitos administradores e a câmara tem gente lá dentro que não se entende”, acusou. “Organizo concertos e ,se não há bandas não há concertos, mas se as bandas não tiverem onde ensaiar, não podem dar concertos.”

Francisca Oliveira, neta de um “proprietário de uma loja no Stop”, contou à Lusa que descobriu o centro comercial “quando era muito jovem” e que sempre gostou de “lá ir ouvir a música”. “Acho inadmissível a forma como são tratados os músicos e os trabalhadores, porque também há lá lojistas. Esta forma de forma de despejar as pessoas não é digna, ainda por cima pessoas que contribuem para a Cultura da nossa cidade”, declarou.

João Candal argumentou que “toda a gente que trabalhava no centro comercial tinha noção de que as condições de segurança não eram as ideais”, mas que “o protesto não é por causa disso, mas pela forma como a câmara geriu as coisas”.

Rui Oliveira/Observador

“Se tinha noção de que o espaço estava nessas condições há décadas e reconhece ser um espaço valioso, por que não arranjou uma solução antes?”, questionou. No mesmo ímpeto, afirmou que o “Stop não é um caso isolado”, mas a “expressão de tudo o que tem acontecido nos últimos tempos [no Porto], seja com o jardim da Boavista, o que aconteceu com a marcha [LGBTQ] e com o matadouro, que afinal já não vai ser um espaço artístico”.

“Recorrentemente, a câmara está a secundarizar a Cultura para dar espaço ao crescimento de empresas de imobiliário”, disse.

Manifestantes reúnem-se no Rossio, em Lisboa, em solidariedade com protesto no Porto

Em Lisboa, na Praça D. Pedro IV, em frente ao Teatro D. Maria II, mais de uma centena de pessoas associou-se ao protesto  no Porto com cartazes onde se lia “Stop é património cultural” e com a cara de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, com orelhas gigantes.

No protesto estavam pessoas tanto de Lisboa como do Porto, incluindo alguns músicos.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos