Angola está a atualizar as cartas náuticas da costa angolana, em cooperação com o Instituto Hidrográfico de Portugal, para uma maior segurança na navegação, disse nesta quarta-feria a presidente do conselho de administração da agência marítima angolana.
Anisabel Veríssimo e Costa integrou nesta quarta-feira o painel de oradores da mesa-redonda sobre os Pilares para o Desenvolvimento do Cluster do Mar, da III Conferência da Economia e Mercado sobre Economia Azul, referiu que as cartas náuticas estão desatualizadas, pertencendo “muitas delas à época da independência”.
“Neste momento estão a ser elaboradas em parceria com o Instituto Hidrográfico de Portugal [IHP], porque assinámos um acordo de cooperação em 2021, para que este instituto nos auxilie no levantamento dos dados para a atualização das nossas cartas náuticas”, disse a presidente da Agência Marítima Nacional, criada há ano e meio.
Uma informação divulgada, em julho de 2022, pela Marinha Portuguesa no seu site dava conta que a primeira edição da nova Carta Náutica 16303 — “Porto de Luanda”, tinha sido publicada, dando “resposta à necessidade de atualização da cartografia náutica dos portos de Angola”. Esta nova carta cancela a carta 360, que tinha sido produzida com dados adquiridos pela Missão Hidrográfica de Angola e São Tomé entre 1967 e 1969.
Para a produção da nova carta náutica do porto de Luanda foram utilizados dados hidrográficos adquiridos pela Brigada Hidrográfica em dezembro de 2021, no âmbito da Missão Mar Aberto, um trabalho realizado em colaboração com a Agência Marítima Nacional de Angola, que contou com a participação de um grupo de hidrógrafos da Marinha angolana.
Na altura da assinatura do protocolo de cooperação entre as instituições dos dois países, o então secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Carlos Borges, disse que 95% da atividade de importação de Angola passa pela via marítima, informando que o acordo se enquadrou na estratégia marítima nacional para as reformas do Estado, visando garantir uma melhor navegação dos transportes marítimos nacionais e internacionais.
A parte portuguesa, representada pelo diretor-geral do IHP, Carlos Soares, disse que o protocolo permitiria transmitir conhecimento a Angola para que o país cada vez mais fique autónomo no sentido de poder tratar da sua cartografia náutica.
O responsável indicou que nos próximos dez anos, tendo em conta que Portugal detém os dados hidrográficos e cartográficos do país africano, toda a informação será passada para as autoridades angolanas.