“Trenque Lauquen”

Dividido em duas partes de duas horas cada, o novo filme da argentina Laura Citarella, produtora de “A Flor” e autora de “Ostende”, é um daqueles objetos “conceptuais” e feitos em segundo grau (“pós-pós-modernos”, como diria alguém jocosamente), que contempla e persegue o próprio umbigo, aparentando contar uma história intrigante, vagamente “lynchiana”, formatada em jeito de boneca russa (um mistério que contém outro que leva a ainda outro). Mas na verdade, Citarella está mais interessada no exibicionismo (e na auto-contemplação) dos dispositivos formais que  compõem o filme, do que em desenvolver um enredo consistente e plausível que é resolvido a preceito no final (e o final de “Trenque Lauquen” é dos mais estupidamente irritantes e inconclusivos do cinema recente). Parte da fita passa-se no estúdio da rádio da cidade que lhe dá o título, e nem por acaso: fala-se tanto em “Trenque Lauquen”, que se diria por vezes rádio filmada.

 “Mansão Assombrada”

Tal como “Os Piratas das Caraíbas” antes dele, este “Mansão Assombrada” baseia-se também numa atração dos parques de diversões da Disney e é uma comédia sobrenatural para a família. Gabbie, uma mãe solteira, compra, por um preço ridiculamente baixo, uma vetusta mansão situada junto a um pântano nos arredores de Nova Orleães, para lá viver com o seu filho de nove anos. Ao descobrir que a casa está cheia de fantasmas, contacta um guia turístico e antigo astrofísico, uma médium, um padre e um historiador, para que eles a ajudem a exorcizar o edifício. Mas a tarefa não vai ser fácil, porque se alguns dos espectros são inofensivos e brincalhões, outros mostram ser muito perigosos, e vai ser preciso descobrir primeiro o historial da mansão. Interpretações de Rosario Dawson, Tiffany Hadish, Owen Wilson, Jamie Lee Curtis, Danny DeVito, Jared Leto e LaKeith Stanfield.

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“A Viagem do Papa Francisco”

O documentarista italiano Gianfranco Rosi (“Sacro GRA”, “Fogo no Mar”) é o mais recente realizador a interessar-se pela figura do Papa Francisco, com “A Viagem de Francisco”, que goza da vantagem de ter sido rodado após o Papa ter feito 37 viagens a 53 países (incluindo a sítios em que Rosi situou alguns dos seus documentários, como o citado “Fogo no Mar”, na ilha de Lampedusa, destino italiano de milhares e milhares de migrantes ilegais). Rosi teve assim muito por onde escolher para fazer “A Viagem do Papa Francisco”, composto na maior parte por imagens de arquivo, a que o realizador acrescentou outros rodadas por si em duas ou três viagens papais que acompanhou. “A Viagem do Papa Francisco” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.