Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) criou um módulo destinado a apoiar a construção de relatórios toxicológicos de substâncias químicas, anunciou esta quarta-feira a instituição.

Com o objetivo de apoiar “a criação de perfis toxicológicos na área da cosmética”, a solução foi desenvolvida no âmbito do projeto Safety Desk e “resultou de uma necessidade da empresa Cosmedesk“, adianta a FCTUC num comunicado enviado à agência Lusa.

A empresa “trabalha na indústria da cosmética, concretamente no apoio à criação de perfis toxicológicos que, na maioria dos casos, ainda são construídos manualmente, através de pesquisa em várias fontes e da redação de um relatório para atestar a conformidade dos ingredientes”.

O resultado principal, que pode ser integrado na plataforma Cosmedesk, implementa uma série de técnicas responsáveis pela obtenção da informação em várias fontes oficiais, como bases de dados e relatórios anteriores, processa essa informação para obter os dados específicos a colocar no relatório e cria o texto para o mesmo, que tem sempre a validação humana no final”, explica a investigadora Catarina Silva, do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC).

Além desse resultado operacional, segundo a também professora do Departamento de Engenharia Informática da FCTUC, citada na nota, “o projeto deu origem também a duas teses de mestrado e vários artigos em conferências científicas”.

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Através destas técnicas de natural language processing, o projeto Safety Desk consulta e interpreta diversas fontes de informação, das quais extrai apenas o conhecimento de relevo para a construção das análises toxicológicas de substâncias químicas, que garantem a segurança de muitos dos produtos usados no dia-a-dia, tais como cosméticos, biocidas ou detergentes”, adianta.

Para Catarina Silva, “um projeto de apoio à construção de relatórios toxicológicos pode ter um impacto extremamente positivo na indústria“, já que “a eficiência aumenta, reduzindo o tempo necessário para produzir relatórios e, ao mesmo tempo, diminuindo os custos operacionais”.

Por outro lado, sublinha, “pode contribuir para a melhoria da qualidade e precisão dos relatórios, pela inclusão automática de novas fontes de informação e pela redução do erro humano, garantindo que os padrões e protocolos sejam seguidos consistentemente”.

Liderado pela empresa Cosmedesk, o projeto Safety Desk contou com a colaboração do CISUC e do Instituto Pedro Nunes (IPN) da Universidade de Coimbra.