Se o FC Porto não tinha as melhores recordações do Minho, as deslocações a Moreira de Cónegos não eram propriamente as melhores ou não tivessem os dragões ganho até aqui apenas dois jogos em cinco possíveis. Aliás, a última derrota dos azuis e brancos no Comendador Joaquim de Almeida Freitas coincidia com o derradeiro encontro de Nuno Espírito Santo no comando da equipa. A seguir, chegou Sérgio Conceição. E apesar de três empates sempre para o Campeonato, os portistas não mais voltaram a perder fora diante dos cónegos, conseguindo a melhor série de sempre no reduto dos minhotos. Mas este foi um jogo diferente.

Fábio e Eustáquio, os dois do bigode que ganharam um jogo para barba rija (a crónica do Moreirense-FC Porto)

Foi um jogo diferente porque, quando se esperava uma reação forte do FC Porto depois da derrota na final da Supertaça com o Benfica, o Moreirense bloqueou quase por completo o jogo ofensivo dos azuis e brancos ao longo de 60 minutos e chegou mesmo a estar em vantagem no início da segunda parte. Foi um jogo diferente porque, cinco anos depois, o jogador que marcou o golo da reviravolta e consequente vitória acabou por ser expulso – sendo que, no caso de Wendell, foi o segundo cartão vermelho seguido em jogos oficiais. Foi um jogo diferente porque, não estando como é habitual na zona técnica, Conceição foi a grande figura.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A assistir ao encontro num camarote mais resguardado do estádio junto da baliza onde surgiriam os golos da vitória portista, o treinador foi alvo de mensagem logo no início do jogo por parte das claques Super Dragões e Coletivo Ultras 95, que levantaram a tarja “Defender o nosso clube não é crime. Sérgio, um de nós”. Mais tarde, e por solidariedade com o castigo ao número 1 da equipa técnica, Vítor Bruno, que foi o treinador principal no arranque da Liga frente ao Moreirense, não foi à zona de entrevistas rápidas da SportTV, canal que transmitiu a partida, e também não marcou presença na conferência de imprensa.

“Jogamos sempre para ganhar. Era importante começar o Campeonato com uma vitória. Os jogos são todos difíceis, especialmente nestes campos. Tenho de agradecer aos meus companheiros de equipa e dar os parabéns ao FC Porto pelos três pontos”, começou por comentar na flash interview Eustáquio.

“Ao intervalo era preciso mais porque não estávamos a conseguir encontrar os espaços que queríamos. Fomos para a segunda parte com uma mentalidade diferente e tivemos de correr atrás do prejuízo, mas mostrámos caráter e foi suficiente para a vitória. Ausência de Sérgio Conceição do banco? Logicamente que é a nossa força máxima, o nosso líder, mas independentemente de estar fora comunica e ajudou-nos muito ao intervalo”, acrescentou ainda o internacional canadiano em declarações à SportTV.