O adversário ainda não era conhecido, os jogadores portugueses já falavam de uma decisão com a Espanha. Logo após o triunfo nas meias-finais frente à Eslovénia, num encontro em que Portugal foi sempre melhor mas só mesmo nos derradeiros minutos materializou a sua superioridade, era bem visível a vontade que já reinava na Seleção de chegar a uma “vingança” depois da derrota sofrida em 2022 em Jáen no tempo extra. Apesar do susto inicial, não poderia ter sido servida de forma mais fria com uma goleada por 6-2.

O prolongamento acabou com o sonho: Portugal perde com Espanha e fica como vice-campeão europeu de futsal de Sub-19

Apesar de toda essa ambição em Porec, na Croácia, a Espanha entrou melhor e soube ser eficaz nos minutos iniciais, com Salas a bisar e a deixar Portugal numa situação de apuros (4′ e 6′). No entanto, a reação não se fez esperar e já depois de um golo após iniciativa individual de Lúcio, capitão que já tinha sido importante no triunfo com a Eslovénia (10′), Andriy empatou em cima do intervalo com um desvio perto da baliza após remate cruzado de Bruno Maior (19′). Tudo voltava à “estaca zero” com 20 minutos por jogar.

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À semelhança do que tinha acontecido no confronto entre ambos os conjuntos na fase de grupos, a Espanha começou na frente com dois golos de vantagem e Portugal reagiu da melhor forma, voltando a dar a volta e de forma ainda mais clara: Salas marcou na própria baliza na sequência de um lance trabalhado após canto com um desvio infeliz do espanhol (27′), Tomás Colaço aproveitou um livre direto para aumentar para 4-2 (36′), Lúcio fez o 5-2 após uma perda de bola dos espanhóis com guarda-redes avançado (37′) e Pedro Santos fixou o resultado final em 6-2 depois de uma assistência de Cintra (39′). A vitória estava de vez fechada.

Com este triunfo, Portugal sagrou-se pela primeira vez campeão europeu desta categoria (nesta altura é bicampeão europeu em título no escalão principal), quebrando as duas vitórias anteriores de Espanha em 2021 (Croácia, 6-1) e 2022 (Portugal, 6-2 a.p.) e chegando finalmente à medalha de ouro depois da medalha de bronze na edição inicial e da medalha de prata na última edição organizada em Jáen.

“O que me vai na alma? Uma felicidade enorme pelo trajeto e o percurso que estes 14 atletas fizeram desde outubro até hoje. A final do Europeu só podia ter este desfecho. Começámos com 16 neste estágio e deixámos dois jogadores de fora. Daqui aproveito para enviar um abraço ao Flórido e ao Manuel, eles também são campeões da Europa, tal como os outros que passaram pela nossa equipa. Sendo uma final, há muitos ânimos para gerir quando as coisas começam a correr bem. A euforia dos jogadores e do banco tem de ser controlada. Procurei incutir-lhes calma porque, por vezes, a euforia leva-nos a cometer erros. Falei com os jogadores nesse sentido, para que tal não acontecesse. Sinto-me muito orgulhoso do que estes jovens jogadores conseguiram. Merecem muito este título”, comentou no final o técnico José Luís Mendes.

“Não tenho palavras para descrever o que sinto, Pensar que há um ano estava lesionado, a chorar e quase a desistir de tudo e agora estou aqui, sou campeão europeu. Ser o melhor marcador do torneio e receber o prémio de Melhor Jogador, sinceramente, é irrelevante. Esta equipa toda merece muito, muito, muito pelo trabalho que efetuamos todos os dias. Este troféu não é só um sonho nosso, é de todos os que estão aqui e os que queriam estar. Todos os que passaram pela equipa. Nós vamos levar o troféu e Portugal é que manda nisto”, salientou também à FPF o capitão Lúcio Rocha, que foi eleito o MVP da competição.