Elvira Fortunato diz que a medida de devolução da propina anual de 700 euros após o início da carreira profissional, por si só, não fará os licenciados e os mestres universitários ficarem em Portugal.

“Esse anúncio faz parte de um conjunto de medidas. Como é evidente, não será apenas o facto de os alunos, ao terminar a sua licenciatura ou o seu mestrado, receberem o custo da propina que os fará ficar. É parte de um pacote de incentivos, para permitir que eles fiquem em Portugal”, afirma numa entrevista ao Jornal de Notícias.

A ministra do Ensino Superior acrescenta que essa medida, que faz parte de um pacote de incentivos apresentado pelo Governo para ajudar a fixar os jovens universitários em Portugal após a conclusão dos seus estudos, é também um estímulo para termos mais jovens no Ensino Superior. Isto acaba por ser, no limite, um empréstimo que o aluno faz, para no final ser ressarcido do valor”.

Os atrasos na construção das residências universitárias, que tem tido sucessivos anúncios falhados por parte do Governo de António Costa desde 2018, são justificados por Elvira Fortunato com “licenciamentos”, “alguma burocracia” e também com o processo lento de identificação do “património que existia em Portugal e que pudesse ser reabilitado para residências.

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“E tudo isso gera atrasos”, reconhece a ministra do Ensino Superior que, contudo, enfatiza que “não há nenhuma que esteja com problemas por não ter empreiteiros.”

O aumento de custos no setor de construção, muito devido à subida de preços de materiais por disrupções provocadas nas cadeias de produção devido à guerra da Ucrânia, levou o Governo a pedir um “reforço, no âmbito da reprogramação do PRR, à Comissão Europeia. Para cobrir parte, não a totalidade, do aumento de custos.”

“Aguardamos, a qualquer momento que a reprogramação seja oficial e que tenha sido aceite. Esta é uma das prioridades do Ministério. Na próxima semana, vamos inaugurar mais uma residência de estudantes, a segunda no Porto. Até ao final deste ano, ou até antes, temos que ter mais 1100 camas. As camas não se fazem de repente, estamos a acompanhar 131 projetos de muito perto”, conclui.