O presidente da Câmara de Lisboa estimou esta terça-feira que o atual executivo já assinou 500 milhões de euros em contratos na reabilitação de bairros municipais, e assumiu que a área da habitação é “a prioridade” do seu mandato.

“No ponto dos bairros municipais, da reabilitação, tudo isso é deste mandato e, neste mandato, assinámos 500 milhões em contratos“, afirmou à agência Lusa Carlos Moedas (PSD), durante uma visita ao bairro do Rego, em Lisboa.

“Desde o início do mandato entregámos 1.386 chaves, metade delas são perfeitamente nossas, são reabilitações que fizemos, aquelas que vieram do passado são aquelas que são importantes, que nós conseguimos finalizá-las”, admitiu o autarca social-democrata, salientando, no entanto, que o investimento de 500 milhões de euros “não tem nada a ver com os mandatos anteriores”.

O presidente da autarquia visitou o bairro do Rego no âmbito do arranque de programa Morar Melhor, que prevê a reabilitação de 184 fogos distribuídos por 13 edifícios, ao nível de coberturas, fachadas e redes técnicas.

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Houve durante muitos anos uma estagnação naquilo que foi a produção de habitação em Lisboa e isso são dados concretos do INE [Instituto Nacional de Estatística], que mostram que, entre 2010 e 2020, construíram-se apenas 17 habitações por ano, o que era um número muito baixo”, apontou Carlos Moedas, escusando-se a entrar nas razões para esse reduzido investimento.

O autarca explicou que, através das verbas do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e de meios do município, a autarquia tem conseguido investir na recuperação do edificado municipal.

“Temos um programa para os bairros municipais de 142 milhões de euros e depois este programa todo entra num programa global, que, até 2028, será de 800 milhões de euros”, contabiliza Moedas, sublinhado que nesse programa global entra a reabilitação, mas também “construção nova” a preços acessíveis.

A este propósito, o autarca aludiu ao exemplo da creche inaugurada esta terça-feira no Casal do Pinto, na freguesia do Beato, com capacidade para 42 crianças, e junto da qual está projetada a construção de “280 fogos de habitação acessível” para responder “ao flagelo” dos elevados preços praticados no setor habitacional na capital.

Segundo fonte camarária, a autarquia prevê a inauguração durante este ano letivo quatro novas creches em Lisboa, incluindo mais uma no Beato, uma em São Domingos de Benfica e uma no Parque das Nações.

Um comunicado da Gebalis — Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa explica que, também conhecido por Bairro Santos ao Rego, este loteamento realojou, em 2001, população oriunda da zona da Quinta das Freiras, Avenida Santos Dumont, Quinta José Alvalade, Quinta das Covas e Vale do Forno.

Através do programa Morar Melhor, 184 fogos distribuídos por 13 edifícios vão ver as suas coberturas, fachadas e redes técnicas melhoradas, até 2026, “num investimento que ultrapassa os dois milhões de euros”.

O investimento total do bairro, de acordo com Carlos Moedas será de “seis milhões de euros”.

No âmbito do programa, a Gebalis já realizou, desde o início de junho, intervenções de requalificação nos bairros da Boavista, Padre Cruz, João Nascimento Costa e Telheiras Sul.

Quando falamos na requalificação dos núcleos urbanos, não falamos apenas de tijolos, mas sim da melhoria a qualidade de vida dos nossos moradores, proporcionando-lhes um ambiente mais seguro, digno e inclusivo”, afirmou Fernando Angleu, presidente do conselho de administração da Gebalis, citado na nota.

O programa Morar Melhor, considera a Gebalis, é “o maior investimento na habitação municipal desde o PER — Programa Especial de Realojamento” e “inclui intervenções de fundo em 478 edifícios com 8.614 frações e reabilitação direta de 1.545 frações.

“Olha, nunca vimos isto assim tão cheio [de pessoas] como agora”, comentou à passagem de Moedas uma moradora.

O presidente da autarquia visitou o atelier de tempos livres da freguesia das Avenidas Novas, o FAN Clube, onde questionou se alguém queria ser “presidente da câmara” quando fosse crescido e recebeu um rotundo “não”.

Para compensar, na Academia de Líderes Ubuntu, um dos elementos natural da Guiné-Conacri e que passou pela Guiné-Bissau, Senegal, “deserto” entre Marrocos e Mauritânia e Espanha, assumiu “o sonho” de ser Presidente do seu país, “para fazer a diferença”.