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Réplicas, polémicas, uma peça do Louvre e os camafeus de Josefina. 20 tiaras de noivas reais

Este artigo tem mais de 1 ano

Das joias de Isabel II a peças que atravessaram fronteiras e gerações, quando se aproxima o casamento da filha de D. Duarte, revisitamos a história de algumas tiaras usadas em bodas reais.

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No dia do seu casamento Kate Middleton entrou na realeza coroada pela tiara Halo, uma criação da casa Cartier com história da casa real britânica

Getty Images

No dia do seu casamento Kate Middleton entrou na realeza coroada pela tiara Halo, uma criação da casa Cartier com história da casa real britânica

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Manda a tradição que as noivas reais usem uma tiara no dia do seu casamento? Não será obrigatório, porque no Mónaco, por exemplo, não temos visto estas joias e as noivas Grimaldi não perdem carisma por isso. Mas verdade seja escrita, cada vez que a realeza se junta para uma grande boda familiar a tiara da noiva assume um capítulo importante da história do dia, a par do vestido e das restantes joias, claro. Numa altura em que se aproxima o casamento de dona Maria Francisca, duquesa de Coimbra, revisitamos as histórias de 20 tiaras usadas por noivas reais.

Do recheado guarda-joias da Rainha Isabel II saíram, ao longo de anos, belas tiaras com décadas de herança para quase todas noivas da família real. Mas as outras casas reais guardam, igualmente, nos seus cofres peças que escondem muitos segredos entre as pedras engastadas. Os designs em metais e pedras preciosas permitem a estas peças durar no tempo e serem passadas de geração em geração, atravessar fronteiras e regimes políticos, acumulando capítulos às suas histórias. Há peças que pareciam perdidas e, de alguma forma, encontraram o seu caminho para casa. Umas que começaram tradições e outras que ainda estão a começar a sua história. E até uma que repousa agora numa vitrine do Louvre. Estas tiaras até podem ser um luxo, ter uma boa dose de capricho e vaidade, mas conhecer as suas histórias é revisitar os acontecimentos que moldaram os últimos séculos e conhecer personagens únicas.

O anel de luz que iluminou a nova estrela da família real britânica

Reza a lenda que quando a Rainha Isabel II abriu o seu cofre de joias, para que Kate Middleton escolhesse uma tiara para usar no dia do casamento com o príncipe William, a jovem procurou uma joia tradicional, mas modesta. E então a 29 de abril de 2011 uma nova estrela juntou-se à família real e a tiara Halo ficou famosa 75 anos depois da sua criação. A tiara é uma peça da Cartier, chama-se Halo porque cria a ideia de um halo de luz sobre a cabeça e para todo este brilho são precisos 739 diamantes em corte brilhante mais 149 em corte baguete.

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Esta joia data de 1936 e vai já na sua quarta geração na família real. O pai da Rainha Isabel II encomendou a tiara à joalheira francesa em 1936 para a oferecer à mulher, a princesa Isabel, que a usou uma única vez antes de, três semanas depois, se tornarem os novos reis, Jorge VI e a rainha consorte Isabel. A primogénita do casal, a Rainha Isabel II, recebeu-a como presente de aniversário pelos seus 18 anos, em 1944, embora nunca tenha sido vista em público com ela. Mas outros membros da família trataram de lhe dar uso ao longo dos anos, fazendo com que não perdesse o brilho, como a rainha mãe, a princesa Margarida e a princesa Ana.

Kate e o príncipe William no dia do seu casamento, a 29 de abril de 2011

Meghan e Eugenie: duas tiaras, sete esmeraldas e uma novela

Quando Meghan Markle se casou com o príncipe Harry a tradição voltou a ser cumprida. Isabel II abriu os cofres, fez uma pré-seleção de tiaras que lhe pareceram apropriadas e deixou a noiva real escolher uma para usar no dia do casamento. A 19 de maio de 2018 Meghan entrou na Capela de St. George no Castelo de Windsor com um vestido Givenchy criado pela designer britânica Claire Waight Keller, que surpreendeu pela sua simplicidade, e um véu que carregava toda a herança da família a que se juntava através dos bordados com as várias flores a representar diferentes países da Commonwealth, a segurá-lo estava a tiara bandeau da Rainha Mary.

A joia é feita em platina e consiste numa banda flexível composta por onze secções. Os diamantes formam um padrão geométrico e ao centro está uma pregadeira removível formada por 10 diamantes. A tiara foi criada para a rainha Mary, avó da Rainha Isabel II, em 1932 e com o objetivo de ser uma espécie de moldura para a pregadeira, que tinha sido um presente de casamento em 1893. Estas joias passaram para a neta quando a avó morreu, em 1953.

O caso da tiara de Meghan. Memórias de Harry abrem novo capítulo sobre a polémica joia

A tiara de Meghan foi uma surpresa, porque a última pessoa a usá-la em público terá sido mesmo a própria rainha Mary, contudo a joia foi muito apreciada por quem acompanhou o casamento real. Só meses mais tarde começaria a desenrolar-se um enredo com vários capítulos, cada um para uma versão da escolha da tiara. A história envolve a princesa Eugenie, a responsável do guarda-roupa da Rainha e deu muito que falar. Nós contamos tudo aqui.

A princesa Eugenie casou com Jack Brooksbank também em 2018, mas uns meses mais tarde, em outubro e no mesmo local que os duques de Sussex, Harry e Meghan. A filha mais nova do príncipe André e de Sarah Ferguson também usou uma tiara emprestada pela avó, a Rainha, e escolheu a tiara Greville Emerald Kokoshnik. A joia conta com sete esmeraldas e tem design em estilo kokoshnik, um formato de acessório de cabeça popularizado pela corte imperial russa que acabaria por se popularizar nas cortes europeias. A joia foi criada pela casa joalheira Boucheron em 1919 para a Dama Margaret Greville, uma senhora da alta sociedade britânica que depois a deu à rainha mãe em 1942. Quando a mãe morreu, Isabel II herdou a peça. Esta tiara foi uma agradável surpresa vinda do cofre de Isabel II, porque nunca tinha sido usada por membros da família real em público.

Meghan Markle com a tiara bandeau da rainha Mary e a princesa Eugenie com a tiara Greville Emerald Kokoshnik

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Diana e a tiara do orgulho Spencer

A jovem Diana Spencer começou a romper as tradições da casa real logo no seu casamento. A noiva do herdeiro do trono optou por usar uma tiara da sua família em vez de usar uma joia emprestada pela Rainha. Quando Diana saiu do coche à porta da Catedral de St Paul, a 29 de julho de 1981, tinha o mundo de olhos postos nela e lá estava a tiara Spencer para a ajudar a brilhar. A joia terá sido criada em 1767 para a família Spencer e desde então tem passado de geração em geração. Contudo, só na década de 1930 chegou ao formato que hoje conhecemos, pelas mãos dos mestres joalheiros da casa Garrard. É uma joia em ouro e prata com diamantes, ao centro está um coração e à volta círculos e flores compõem a estrutura da tiara.

A peça adornou a cabeça de várias mulheres Spencer nos seus respetivos casamentos, mas foi Diana quem a usou com mais frequência. A tiara acompanhou a princesa de Gales em inúmeros eventos e viagens. Diana brilhou com ela na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Bahrein, Alemanha, Índia, Bulgária, Coreia do Sul e também Portugal. Foi a tiara que a princesa de Gales usou no banquete no Palácio da Ajuda durante a visita oficial dos príncipes de Gales, em fevereiro de 1987.

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A princesa Diana com a tiara Spencer, uma joia da sua família

A tiara que pregou um susto à Rainha Isabel II

Quando a jovem princesa Isabel se casou com Filipe Mountbatten em novembro de 1947 estava decidida a usar a tiara Fringe da rainha Mary. A peça era, originalmente, um colar e foi um presente da rainha Victoria para a então princesa Mary, quando esta se casou com o futuro rei Jorge V, em 1893. Em 1919 a rainha Mary mandou transformar o colar de 46 barras de diamantes numa tiara e a Garrard tornou-a na peça estilo kokoshnik que hoje conhecemos.

Sem saber que a tiara era também um colar, a princesa Isabel tocou sem querer no fecho e a tiara terá perdido a sua estrutura. Um pequeno percalço na manhã do casamento que assustou a noiva e a família, mas nada que os joalheiros da coroa, a casa Garrard, não conseguisse resolver prontamente para que a princesa tivesse o seu casamento de sonho. A mãe da noiva, a rainha Isabel, manteve a calma e lembrou-a que havia muitas outras joias que poderia usar.

As histórias do guarda-joias da rainha: os diamantes são eternos e as pedras vieram de todo o mundo

Esta foi a tiara de eleição da filha, a princesa Ana, para o seu casamento com Mark Phillips, em 1973. Mais recentemente a princesa Beatriz, neta da rainha Isabel II também elegeu esta tiara para o seu casamento com Edoardo Mapelli Mozzi, em julho de 2020, em plena pandemia de Covid-19. Curiosamente, a filha mais velha do príncipe André não usou apenas uma tiara emprestada pela Rainha, mas também o próprio vestido de noiva veio do guarda-roupa da avó e foi alterado para a ocasião.

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A Tiara Fringe já foi a escolha de três gerações da família real

@Twitter/The Royal Family

Mais uma vez, Margarida foi diferente

A princesa Margarida foi uma das noivas reais a fugir à tradição de usar uma tiara de família no seu casamento. A irmã da Rainha Isabel II escolheu usar uma joia sua, a tiara Poltimore, comprada por ela própria. A tiara, que também podia ser usada como colar, foi criada pela casa joalheira Garrard na década de 1870 para Lady Florence Poltimore, que a usou na coroação do rei Jorge V, em 1911. Em 1959 o seu neto, 4º barão Poltimore vendeu a tiara à princesa em leilão, por 5500 libras (aproximadamente, 6500 euros).

Princesa Margarida. Uma diva real entre o dever e o amor, em busca do seu final feliz

Como era uma joia pessoal, a tiara Poltimore foi herdada pelos filhos da princesa quando esta morreu. Em junho de 2006 a casa Christie’s realizou o leilão “Jewellery and Fabergé, from the Collection of H.R.H The Princess Margaret, Countess of Snowdon”, no qual foram vendidas mais de 180 joias, relógios e acessórios. A tiara Poltimore foi uma das estrelas da venda e ultrapassou um milhão de euros de valor de venda.

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A princesa Margarida com a tiara Poltimore, que a própria comprou num leilão

A tiara oferecida que estava escondida

Sarah Ferguson também tem uma tiara de casamento com uma história à sua medida. Primeiro a noiva decidiu criar um efeito surpresa e chegou à igreja com a joia escondida por uma coroa de gardénias, as flores preferidas do noivo, o príncipe André. Depois, a tiara York Diamond foi um presente de casamento da Rainha Isabel II e do príncipe Filipe, e não um empréstimo para a ocasião, como acontece habitualmente com as noivas reais. A joia foi criada pela casa Garrard, joalheira da coroa britânica durante décadas e pertence à duquesa de York. A tiara conta com motivos circulares de inspiração floral em diamantes. Desde o casamento com o príncipe André, em julho de 1986, a duquesa usou a joia em várias ocasiões, mesmo depois do divórcio. Chegou também a especular-se se as filhas usariam esta joia nos seus respetivos casamentos. Mas a filha mais velha, a princesa Beatrice, acabou por usar a tiara no casamento do príncipe Hussein,herdeiro da Jordânia, em junho de 2023.

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Sarah Ferguson com uma tiara que a Rainha Isabel II e o príncipe Filipe lhe ofereceram como presente de casamento

A joia que foi da Suécia para a Dinamarca e acabou na cabeça das princesas gregas

A Tiara Corsário está a tornar-se uma tradição nos casamentos reais gregos, uma vez que foi usada nos três mais recentes da família. Foi a escolha de Marie-Chantal Miller (com o príncipe Pavlos em 1995), Tatiana Blatnik (com o príncipe Nikolaos em 2010) e Nina Flohr (com o príncipe Philippos em 2021). A tiara pertence à rainha Ana Maria da Grécia e é uma peça de família com uma longa história.

A joia começou por ser um conjunto de pregadeiras para usar a meio do peito (stomacher) que pertencia à rainha Victoria da Suécia. O conjunto foi herdado pela neta, a rainha Ingrid da Dinamarca, que usou as pregadeiras para formar uma tiara e a ofereceu à filha Ana Maria pelo seu 18º aniversário. A princesa dinamarquesa viria a casar-se umas semanas mais tarde com Constantino, o último Rei da Grécia, mas não usou esta tiara.

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A Tiara Corsário tornou-se a favorita das princesas gregas

Do Cairo a Copenhaga, esta joia homenageia histórias de amor há quase 120 anos

A tiara Khedive do Egito deve o seu nome à pessoa que a encomendou, Abbas II, o último quediva do Quedivato do Egito, um estado otomano. Mas até chegar a tiara de casamento de três princesas dinamarquesas a joia que é composta por espirais de louro e grinaldas de diamantes que emolduram gemas flutuantes, viajou muito.

Abbas II pediu a peça à Cartier na viragem para o século XX e foi um presente para um casal que se apaixonou no Cairo. Estávamos em 1905 e a princesa Margaret de Connaught, neta da Rainha Vitória, partiu numa tour real, mantendo o olhar atento a um possível marido. Foi preciso atravessar toda a Europa para encontrar o seu príncipe no Egito, mais precisamente o príncipe Gustav Adolf, neto do Rei Oscar II da Suécia. Terá sido amor à primeira vista, segundo relata a Tatler, e, depois de se conhecerem em janeiro viriam a casar dentro de meses, em junho, na capela de St. George no Castelo de Windsor. A noiva mudou-se para a Suécia e o casal teve cinco filhos, entre eles a princesa Ingrid, que viria a ser rainha da Dinamarca.

Margarida II da Dinamarca: a única rainha do mundo e o atual reinado mais longo

Quando Margaret morreu de uma septicemia com apenas 38 anos, a tiara foi herdada pela única filha que a levou para a Dinamarca quando casou com o então herdeiro e mais tarde Rei Frederick IX. Tiveram três filhas: a atual Rainha Margarida da Dinamarca, a atual rainha Ana Maria da Grécia e a princesa Benedikte e todas usaram a tiara Khedive do Egito nos seus casamentos em homenagem à mãe, ao longo da década de 1960. Talvez a joia seja apropriada para a ocasião, uma vez que foi feita para celebrar uma história de amor. Foi também a eleita da filha mais velha dos Reis da Grécia, a princesa Alexia, para o seu casamento em 1999.

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A tiara Khedive do Egito foi a escolha de três princesas dinamarquesas e de uma princesa grega

Gamma-Keystone via Getty Images

A tiara sem história

A 14 de maio de 2004, enquanto o príncipe Frederico, herdeiro do trono da Dinamarca, chorava intensivamente no altar, a advogada australiana Mary Donaldson entrava radiosa pela Catedral de Nossa Senhora de Copenhaga, prestes a tornar-se princesa. O primeiro sinal do seu novo papel foi a tiara na cabeça. A joia foi um presente dos sogros, a Rainha Margarida e o príncipe Henrik. Não se conhece história nem origem a esta joia e, segundo a Vanity Fair, terá sido adquirida meses antes do casamento em leilão. A peça tem um design muito delicado com uma fila de flores de lis em diamantes, sobre as quais estão umas formas semelhantes a corações. Em 2011, a joia conhecida como diadema nupcial e que também funciona como colar, sofreu alterações e foi-lhe acrescentada uma fila de pérolas a assentar sobre a cabeça, mais seis sobre os diamantes formando pontas.

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Mary Donaldson com uma tiara que foi comprada de propósito para os sogros lhe oferecerem como presente de casamento

Joias de inspiração grega

Quando se casou com Juan Carlos de Espanha numa grande boda real em Atenas em 1962, a princesa Sofia da Grécia escolheu usar a Tiara Prussiana. O diadema tem um design em estilo neoclássico com linhas geométricas inspiradas no Parténon e em folhas de louro. A joia em platina e diamantes conta com um grande diamante ao centro. A tiara foi um presente de casamento do kaiser Guilherme II da Prússia para a filha, a princesa Victoria Luisa, quando esta se casou com Augusto III de Hannover. Passou depois para a única filha do casal, a princesa Frederica, quando esta se casou com Pavlos da Grécia em 1937, e de seguida para a filha mais velha destes, quando se casou com o herdeiro aparente de Espanha.

Por essa altura, esta já era uma joia de eleição da princesa grega que já a tinha escolhido para a sua apresentação com Juan Carlos à imprensa e também na sua festa de 18 anos. A tiara seguiu depois na bagagem de dona Sofia para Espanha. Letizia seguiu o guia de estilo da sogra e usou a mesma tiara quando se casou com o príncipe Felipe, em maio de 2004. Depois, enquanto princesa das Astúrias, usou a joia em várias ocasiões.

A Tiara Prussiana tem inspiração grega e, com duas gerações, pode estar a tonar-se a tiara das rainhas espanholas

AFP/Getty Images

A infanta Elena de Espanha não usou uma tiara da família real no seu casamento com Jaime de Marichalar, em março de 1995. Optou antes pela Tiara Marichalar, uma joia que a família do noivo lhe ofereceu no dia do pedido de mão. A peça em platina e com diamantes tem um design de inspiração helénica e pode ter sido uma homenagem da infanta às origens gregas da mãe apesar de não usar uma das suas tiaras. Na base tem círculos em metal, sobre estes folhas de louro e na parte de cima um efeito geométrico que nos remete para a Grécia Antiga A infanta usou a tiara em várias ocasiões, incluindo casamentos reais internacionais e também depois do seu divórcio. Em 2020, duas noivas da família Marichalar, filhas de um irmão do duque de Lugo, também usaram a joia nos seus respetivos casamentos.

Zara Phillips, neta da Rainha Isabel II, seguiu a tradição e escolheu usar uma tiara de família de família no seu casamento com Mike Tindall, em julho de 2011. Contudo, não foi ao guarda-joias da avó, mas sim da mãe, a princesa Ana. A Tiara Meander da Princesa Andrew também tem inspiração grega para o seu padrão geométrico em diamantes e ao centro tem um grande diamante emoldurado por folhas de louro. Alice de Battenberg, a mãe do príncipe Filipe, recebeu esta tiara como presente de casamento quando se casou com o príncipe André da Grécia e Dinamarca. Quando o filho se casou com a então princesa herdeira Isabel, a princesa Alice ofereceu a tiara à noiva. A Rainha Isabel II nunca foi vista com ela, mas deu-a à filha, a princesa Ana, no final da década de 1960, que a usou em inúmeras ocasiões.

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A infanta Elena de Espanha e a Zara Phillips, neta de Isabel II, também escolheram tiaras com inspiração grega

Sygma via Getty Images

A tiara da realeza que regressou a casa pelas mãos de um ditador

Para o seu casamento com Iñaki Urdangarin, em outubro de 1997, a infanta Cristina escolheu a Tiara Floral. Contudo, ela é hoje conhecida como uma das preferidas da rainha Letizia. A joia conta com três flores de cinco pétalas cada, acompanhadas por folhas, tudo em diamantes. Também pode ser usada como colar e separar-se em três pregadeiras individuais.

No final do século XIX, o bisavô do Rei Juan Carlos, o Rei Alfonso XII comprou esta tiara para oferecer à mulher, Maria Cristina de Áustria, mas quando a família partiu para o exílio a joia foi vendida e perdeu-se-lhe o rasto. Anos mais tarde viria a ser adquirida pelo general Franco para a oferecer a dona Sofia como presente de casamento. A peça voltou a casa e, desde então, tem brilhado em inúmeras ocasiões. A rainha Sofia usou-a várias vezes ao longo do seu reinado, bem como a infanta Cristina e, desde que Letizia se juntou à família, esta parece ser a sua tiara favorita. No entanto esta é uma joia pessoal da rainha Sofia e não está incluída no conjunto de joias que passa de uma rainha de Espanha para a próxima, conhecidas como “joias de passar”.

A infanta Cristina casou-se em Barcelona e escolheu usar a tiara floral da coleção da rainha Sofia

A magia de Máxima e a tiara dois em um

Desde que a argentina Máxima se tornou membro da realeza europeia nasceu um ícone. No que toca ao vestir, a rainha dos Países Baixos faz tudo resultar, das cores arrojadas, aos acessórios inesperados e aos acessórios de cabeça surpreendentes. Foi este toque de magia que começou a mostrar logo com a tiara do seu casamento, em 2002. A joia que usou na cabeça foi batizada como Tiara da Estrelas (mas na realidade é conhecida como Tiara de Máxima) e resulta da união de duas joias.

A Tiara de Pérolas (Pearl Button Tara), ou Tiara de Margaridas, tinha como base uma faixa de diamantes, seis arcos invertidos e cinco margaridas, compostas por pérolas rodeadas de diamantes. Foi esta tiara que a Rainha Beatriz usou na sua coroação e é uma joia com grande valor sentimental na casa real. Máxima prestou homenagem ao usar a peça no seu casamento, mas decidiu trocar as margaridas por um conjunto de pregadeiras em forma de estrelas em diamantes, que também pertenciam à coleção de joias da casa real, segundo revela a Vanity Fair. A princesa Máxima usou a tiara em várias ocasiões nos primeiros anos de casada, desde que é rainha usa peças mais vistosas e com maior peso simbólico.

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Maxima Zorreguieta usou uma tiara antiga à qual acrescentou umas pregadeiras em forma de estrela

Um ramo de margaridas e uma joia roubada

Da Noruega duas princesas trazem-nos duas histórias bem distintas. A delicadeza de uma contrasta com a complexa herança de outra. Mette-Marit casou-se com o herdeiro do trono norueguês em agosto de 2011. A tiara que usou foi um presente dos reis Harald e Sonja. A joia data de 1910 e consiste numa sequência de 23 margaridas em diamantes montadas numa base de ouro branco e platina.

a princesa Marta Luísa escolheu a tiara de Pérolas da rainha Maud para o seu casamento em maio de 2002. Embora na verdade a joia seja uma réplica da tiara original da sua bisavó, que foi roubada em 1993 dos cofres da casa joalheira britânica Garrard, onde costumava ser feita a manutenção. A casa quis manter a história em segredo, mas a polícia terá achado melhor fazer grande alarido à volta do roubo de forma a aumentar a possibilidade de reaver a peça, contudo a tiara nunca foi recuperada, relata a Hola. A Garrard tratou então de fazer uma réplica, para a qual andou meses em busca de pérolas e diamantes o mais parecidos possível com os originais. Em 1996 a rainha Sónia estreou a réplica, durante uma visita de estado aos Países Baixos. A rainha Maud tinha recebido a tiara dos seus pais como presente de casamento, os reis Eduardo VII e Alexandra da Grã-Bretanha.

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As duas princesas da Noruega escolheram tiaras bem diferentes e cada uma com a sua história

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Os camafeus que Josefina adorava tornaram-se tradição na Suécia

Esta será a peça mais diferente de todas as outras. É dourada, decorada com pérolas em vez de diamantes e exibe sete camafeus. Por isso mesmo se chama Tiara dos Camafeus. Crê-se que a tiara foi um presente que Napoleão Bonaparte encomendou em 1809 para Josefina e os camafeus terão sido esculpidos por vários artistas italianos, segundo o site The Court Jeweller. O imperador de França foi o seu segundo marido e, quando se divorciaram, a imperatriz terá levado as joias consigo para a residência que adotou nos arredores de Paris, Château Malmaison, segundo conta a Vanity Fair.

A peça faz parte de um conjunto de joias datado do início do século XIX que inclui também um par de brincos, um colar e uma pulseira. Mais tarde juntou-se também uma pregadeira cujo camafeu tem um perfil de Napoleão. Os camafeus estão engastados em ouro amarelo e com uma moldura de pérolas e rodeados de efeitos florais e quase todos retratam cenas da mitologia grega e romana. Acredita-se que, o que ocupa o lugar central é uma referência à história de Psiche e Cupido, um mito segundo o qual ambos conseguiram estar juntos apesar de tal ser proibido entre humanos e deuses.

A vida de uma “dancing queen”: a rainha Silvia da Suécia faz 75 anos

O caminho até à Suécia não foi longo. A antiga imperatriz de França deixou a tiara ao filho e a filha deste, Josefina Leuchtenberg, casou com o príncipe Oscar da Suécia, herdeiro do trono, em 1823. Viriam a tornar-se reis da Suécia e Noruega em 1844 e a tiara ficou pela coleção privada de joias da família real. Foi só em 1961 que se começou a tradição de usar a tiara num casamento. A primeira noiva a ter a iniciativa de o fazer foi a princesa Birgitta, a irmã mais velha do atual Rei Carlos Gustavo. A noiva seguinte foi a irmã de ambos, a princesa Desirée, em 1964, e depois foi a vez de Silvia Sommerlath, quando se casou com o Rei, em 1976.

Em 2010, a princesa Victoria manteve a tradição e usou a Tiara dos Camafeus no seu casamento com Daniel Westling. No entanto esta joia é usada com alguma frequência pela rainha Silvia, nomeadamente, em cerimónias dos prémios Nobel ao longo dos anos. Esta tiara integra uma exposição de celebração dos 50 anos da ascensão do Rei Carlos Gustavo ao trono e pode ser vista no Palácio Real em Estocolmo.

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A Tiara dos Camafeus é uma peça de exceção no guarda-joias da casa real sueca e tem uma longa e rica história para contar, desde a corte de Napoleão Bonaparte

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Uma tiara francesa de inspiração russa

Em outubro de 2021 o Gran Duque George Mikhailovich, herdeiro dos Romanov, e a autora italiana Rebecca Bettarini casaram-se em São Petersburgo. A coleção de joias da família imperial russa é lendária, mas atualmente estas são peças de museu ou estão em coleções privadas, por isso coube à noiva a tarefa de encontrar uma solução à altura da ocasião e assim o fez. A escolha recaiu numa joia da marca Chaumet que tinha sido recentemente criada: a Tiara Lacis, de inspiração kokoshnik, os adornos de cabeça tradicionais russos. A joia tem uma aparência delicada e conta com 440 diamantes. A estrutura em ouro branco é uma assinatura da marca, a técnica chama-se fil-couteau e consiste em formar uma malha com fio de ouro para dar o efeito de desaparecer a estrutura e dar destaque às pedras.

A Chaumet tem também uma longa história, laços com a realeza e a tradição de fazer tiaras. O fundador da casa, Nitot, criava joias para Josefina, mulher do imperador Napoleão, assim como a gran duquesa Maria Pavlovna, antepassada do noivo, já era uma assídua cliente Chaumet, conta a Vanity Fair.

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Rebecca Bettarini entrou para a família Romanov com uma tiara Chaumet

Da corte de Napoleão III para o Museu do Louvre, passando por leilões e casamentos

Em 1853 Napoleão III encomendou uma tiara a Gabriel Lemonnier para oferecer como presente de casamento à sua noiva, Eugénia do Montijo. Quando o imperador foi derrotado pela Prússia, em 1870, Napoleão e Eugénia exilaram-se em Inglaterra com a ajuda da Rainha Victoria, deixando para trás a tiara de pérolas, que pertencia ao Tesouro do Estado Francês. Já decorria a 3ª República francesa, em 1887, quando a joia foi vendida num leilão de 69 lotes, dos quais a maioria (um total de 24) foram adquiridos pela joalheira norte-americana Tiffany & Co, conta a Tatler.

Pouco depois, em 1890, a tiara viria ter uma nova casa, desta vez entre a nobreza germânica, uma vez que foi adquirida por Albert, o 8º príncipe von Thurn und Taxis, para oferecer como presente de casamento à sua noiva. A joia terá ficado na família porque voltou a ser usada por uma noiva real em 1980, quando a condessa Gloria von Schönburg-Glauchau se casou com o 11º príncipe Thurn und Taxis, Johannes. A noiva tinha 20 anos e o noivo mais 34 que ela quando se casaram. Gloria deu que falar pela sua extravagância e até ficou conhecida como Princesa Punk. Quando o príncipe morreu, em 1992, a princesa tinha dívidas avultadas. A tiara foi novamente a leilão nesse ano e foi arrematada pelos Amigos do Louvre. A joias com 212 pérolas e cerca de dois mil diamantes montados numa base de prata voltou a casa e hoje, 170 anos depois de ser criada, pode ser vista na Galeria de Apolo no Museu do Louvre.

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A condessa Gloria von Schönburg-Glauchau casou-se com uma tiara que atualmente pertence ao Museu do Louvre

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