Cinema e Memória, Pronto a Filmar e Meia-Noite em Lisboa são as três novas secções da Festa do Cinema Francês, que na sua 24ª edição mostra 17 filmes inéditos entre os mais de 70 que a compõem. A Festa 2023 decorre em Lisboa de 5 a 15 de outubro (Cinema São Jorge), 17 a 20 (Cinema NOS Amoreiras) e em novembro (Cinemateca), passando ainda por mais 9 cidades portuguesas, de 10 de outubro a 4 de novembro. A realizadora Cristèle Alves Meira, que acaba de ganhar o Globo de Ouro de Melhor Realizadora com a sua primeira longa-metragem, Alma Viva, protagoniza a secção Foco deste ano, onde passará este filme e as suas quatro curtas-metragens anteriores. A retrospetiva integral da obra do documentarista Nicolas Philibert na Cinemateca, ao longo de novembro, trará o autor de Ser e Ter a Lisboa no início daquele mês. Além deste acontecimento, selecionámos sete filmes das várias secções da programação deste ano da Festa do Cinema Francês, por géneros. (Ver aqui tudo sobre a Festa 2023)

HISTÓRICO: “Jeanne du Barry — A Favorita do Rei”, de Maïwenn. Estreado no Festival de Cannes, este filme conta a história de Madame du Barry, aliás, Jeanne Vaubernier, uma plebeia e filha ilegítima, que conseguiu casar-se com um aristocrata, subir socialmente, chegar à corte e tornar-se na amante do rei Luís XV, e sua favorita. A realizadora e atriz Maïwenn interpreta também o papel de Jeanne du Barry, e Johnny Depp personifica o monarca francês.

ANIMAÇÃO: “O Menino Nicolau — A Felicidade não Pode Esperar”, de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre. Algures entre Montmartre e Saint-Germain-des-Près, em Paris, o desenhador Jean-Jacques Sempé e o argumentista René Goscinny dão vida a um rapazinho risonho e irrequieto, o pequeno Nicolau, que entre camaradagem, brincadeiras, zangas, jogos, disparates e castigos, entra no estúdio dos seus criadores, interpelando-os com desenvoltura e muito humor.

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POLICIAL: “A Noite do Dia 12”, de Dominik Moll. O novo filme do autor de Harry, um Amigo ao Seu Dispor, e Lemming, é um thriller sobre um detective da polícia, o capitão Vivès (Bastien Bouillon), que vive atormentado por um caso. O assassinato de uma rapariga chamada Clara, que começou como mais uma investigação de um crime, e se transformou numa obsessão. Só há uma certeza: o assassínio ocorreu na noite do dia 12.

DRAMA CONJUGAL: “Só Nós Dois”, de Valérie Donzelli. Virginie Efira e Melvil Poupaud interpretam este filme sobre uma mulher, Blanche Renard, que volta a juntar-se com o ex-namorado, Gregoire, e casa com ele. Mas Blanche percebe que se enganou quando Gregoire se revela cada vez mais possessivo e perigoso. E como o casal foi viver para longe da gémea de Blanche, da sua família e dos amigos, ela não tem ninguém conhecido a quem recorrer.

ROMANESCO: “As Cores do Fogo”, de Clovis Cornillac. Paris, 1927. Após a morte do pai, Madeleine Péricourt deveria ter herdado o império financeiro deste. Mas ela tem um filho, Paul, que num gesto  inesperado e trágico, a coloca no caminho da ruína. Madeleine vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para sobreviver e reconstruir a sua vida. Léa Drucker, Fanny Ardant, Benoît Pooelvorde e o próprio realizador interpretam.

COMÉDIA: “Uma Profissão Séria”, de Thomas Lilt. Vincent Lacoste, François Cluzet e Adèle Exarchopoulos encabeçam o elenco desta fita que tem como principal protagonista um jovem professor substituto e sem experiência, Benjamin Barrois. Ele vai encontrar, no colégio onde foi colocado, um grupo de docentes unidos e aplicados, e ser confrontado com os muitos desafios da profissão que escolheu.

MELODRAMA: “La Petite”, de Guillaume Nicloux. O filho de Joseph (Fabrice Luchini) e o seu parceiro morrem num desastre de automóvel, e ele descobre a existência de uma jovem barriga de aluguer, a belga Rita (Mara Taquin), grávida do bebé que o casal esperava. Joseph vai ter que decidir se quer ser o avô da criança e lidar com a irrequieta Rita, com a qual se vai ligar numa inesperada amizade, dada a sua diferença de idades – e de feitios.

RETROSPETIVA: Nicholas Philibert. O prestigiado realizador Nicholas Philibert, autor de documentários como Le Pays des Sourds (1992), Ser e Ter (2002) ou La Maison de la Radio (2013), é o homenageado deste ano da Festa do Cinema Francês, com uma retrospectiva integral, que terá lugar na Cinemateca entre os dias 4 e 30 de Novembro. Philibert estará em Lisboa entre 4 e 7 desse mês. Na ocasião, e a fechar, será exibido o seu novo trabalho, Sur l’Adamant, que ganhou o Festival de Berlim e é passado num original centro de tratamento psiquiátrico instalado numa barcaça de madeira situada no meio do Sena, em Paris, e cujos pacientes contam as suas histórias ao cineasta.