Começa esta terça-feira o julgamento de Sam Bankman-Fried, fundador da plataforma de criptomoedas FTX, que há um ano colapsou. Sam Bankman-Fried era o presidente executivo e foi acusado pela Procuradoria dos Estados Unidos. Responde agora em tribunal. Já se declarou inocente das sete acusações pelas quais será julgado. Na sessão desta terça-feira, 3 de outubro, será selecionado o júri que vai ouvir as testemunhas e formular a decisão. O julgamento deverá decorrer durante seis semanas. 

No colapso da FTX e do seu fundo de investimento Alameda Research, que deixou um buraco de 30 mil milhões de dólares. Sam Bankman-Fried, conhecido como SBF, foi comparado a JP Morgan, a Warren Buffet até acabar a ficar associado a outro nome – Madoff.

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Agora advogados contactados pela Cointelegraph admitem que pode não voltar a sair da prisão (tal como aconteceu a Madoff), já que enfrenta uma pena superior a 100 anos de cadeia pelas acusações de fraude, lavagem de dinheiro, conspiração. Chega acusado de ter roubado milhões de dólares a clientes. Não assumiu qualquer culpa, dizendo apenas ter cometido alguns erros. Agora voltará a falar em tribunal.

Vão testemunhar vários colegas e amigos entre os quais Caroline Ellison, que foi presidente da Alameda, e Gary Wang, também ligado à fundação da FTX, são duas das principais testemunhas. Tal como Nishad Singh, responsável de engenharia.  Ryan Salame, outros dos gestores da FTX, também será ouvido. Chegam também acusados, mas assumiram-se culpados.

E é nesta altura que o julgamento vai começar que chega ao mercado o novo livro de Michael Lewis (autor e jornalista conhecido por livros como o Moneyball ou o Flash Boy ou ainda Big Short, alguns dos quais já chegaram ao cinema) sobre SBF. Para escrever o livro “Going Infinite” esteve com SBF muitas horas nos últimos dois anos. Numa entrevista à CBS, o autor do livro revela que Bankam-Fried pensou em dar cinco mil milhões de dólares a Donald Trump para que não se candidatasse à Presidência. Porque não aconteceu? “Ele não tinha mais esses cinco mil milhões de dólares”. As conversações, diz Lewis, decorriam quando a FTX colapsou. Esta revelação só choca, diz o biógrafo, quem não conhece Sam.