Aconteceu apenas outras seis vezes na história: com Juan Manuel Fangio em 1955, com Jack Brabham em 1959, com Graham Hill em 1962,  com Keke Rosberg em 1982 e com Nelson Piquet em 1981 e 1983. Em 2023, Max Verstappen juntou-se a este clube e foi campeão mundial de Fórmula 1 ao sábado, na corrida sprint do Qatar. Ou seja, entrava no Grande Prémio deste domingo já como tricampeão.

A ideia de que o piloto neerlandês ia ser novamente campeão do mundo já era apenas uma questão de “quando?” há vários meses, confirmando-se com o segundo lugar na corrida sprint de sábado que deu a primeira vitória da carreira a Oscar Piastri. Verstappen, sempre um homem de poucas palavras, disse pouco mais para além da certeza de que este foi “o melhor” título, devido à consistência apresentada pelo Red Bull ao longo de toda a temporada. A análise restante foi feita por Christian Horner.

E vão três, a conta que Max fez: Verstappen é 2.º na corrida sprint no Qatar e é tricampeão mundial de Fórmula 1

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“Foi a época mais dominante da Red Bull, de longe. O Max juntou-se a alguns dos nomes maiores da Fórmula 1, [Jack] Brabham, [Ayrton] Senna, [Niki] Lauda, Sir Jackie Stewart. Ele agora está nesse lote. A forma como ele conduziu este ano foi algo que não é deste mundo. Temos de tirar um tempo para refletir, para aproveitar este momento. Tudo aquilo que ele fez este ano tem sido fenomenal. É o piloto mais competitivo que já conheci. A determinação com que ele conduz, a paixão, o coração, o compromisso, a quantidade de talento. Ele está lá em cima com os melhores, com alguns dos melhores que este desporto já viu, e acho que esta temporada ultrapassou tudo aquilo que já tínhamos visto”, defendeu o diretor da Red Bull.

Este domingo, cerca de 24 horas depois de conquistar o Mundial de Fórmula 1 pela terceira vez, Max Verstappen arrancava no Qatar com a pole-position e à frente de George Russell e Lewis Hamilton, com Fernando Alonso e Charles Leclerc a fecharem os cinco primeiros. Carlos Sainz, que na qualificação tinha sido o 12.º mais rápido, ficava de fora da corrida devido a problemas no sistema de combustível do Ferrari, enquanto que Sergio Pérez arrancava do pitlane por ter mudado de chassis na sequência do acidente que teve no sábado com Esteban Ocon e Nico Hulkenberg.

Verstappen arrancou melhor do que na corrida sprint, mantendo a liderança, e os Mercedes anularam-se na primeira curva: Hamilton tentou ultrapassar os dois primeiros de uma vez, Russell não viu o colega de equipa a aproximar-se e os dois colidiram com violência, com o sete vezes campeão do mundo a sair em direção à gravilha e a ficar desde logo de fora. Russell conseguiu permanecer, caindo para o último lugar depois de parar para reparar os danos no Mercedes, e o safety-car saiu de pista com Piastri em segundo e Alonso em terceiro.

Praticamente todos os carros começaram a parar a partir da volta 10, para mudar de pneus, e a dianteira do Grande Prémio manteve-se exatamente igual mesmo depois da ida às boxes. Norris aproveitou uma paragem mais lenta de Leclerc para saltar para 4.º, com AlexanderAlbon a ter um domingo muito positivo e a intrometer-se na luta pelos pontos, enquanto que Russell e Pérez iam realizando as naturais corridas de recuperação. O piloto mexicano teve de cumprir duas penalizações de cinco segundos, ambas por ultrapassar os limites de pista, e dificultou ainda mais um dia que já estava complicado.

Alonso saiu de pista sozinho numa altura em que estava a recuperar posições, depois da segunda paragem, e caiu para 6.º atrás de Norris, Russell e Leclerc. Por volta da mesma altura, Logan Sargeant informou a Williams que não estava a sentir-se bem e decidiu abandonar, recebendo assistência médica de forma imediata após sair do carro — numa demonstração clara da dificuldade da corrida no Qatar, devido ao calor e à humidade.

Norris foi advertido pela McLaren, que lhe pediu para não atacar Piastri apesar de o britânico garantir que estava com um ritmo mais alto, e o pódio ficou praticamente definido nesse momento. Max Verstappen não deixou fugir a vitória e festejou o tricampeonato mundial da melhor maneira, com a McLaren a carimbar mesmo o duplo pódio com Piastri em segundo e Norris em terceiro. George Russell alcançou um extraordinário 4.º lugar, à frente de Charles Leclerc, Fernando Alonso e Esteban Ocon, e Valtteri Bottas, Zhou Guanyu e Sergio Pérez também pontuaram.