Depois dos cinco minutos de estreia pelos Boston Celtics com os Memphis Grizzlies, naquela que foi a sexta vitória consecutiva da equipa nessa fase da época, esperava-se que o contributo de Neemias Queta pudesse ter uma outra continuidade. Não aconteceu. No jogo seguinte, na derrota com os Charlotte Hornets, nem do banco saiu. E foi preciso esperar quase uma semana para esse regresso ao conjunto que lidera a Conferência Este da NBA, sendo que esse ponto mais não foi do que um passo importante para marcar posição na nova equipa da liga norte-americana de basquetebol após duas temporadas ao serviço dos Sacramento Kings.

A taluda da “sorte” saiu ao 13.º jogo: Neemias Queta faz a estreia oficial pelos Boston Celtics (que ganharam e são líderes)

Na sequência dessa estreia com os Grizzlies sem continuidade, o português juntou-se aos Maine Celtics, a equipa de Boston na G League, e mostrou tudo aquilo que poderia acrescentar a Joe Mazzulla nos dois jogos iniciais da competição. Primeiro, mesmo jogando apenas 14.22 minutos, contribuiu para a vitória por 105-102 frente aos Greensboro Swarm com 12 pontos, cinco ressaltos e quatro desarmes de lançamento. No teste seguinte, 19 minutos com 11 pontos, oito ressaltos e duas assistências para novo triunfo por 111-108. A passagem pela formação secundária, possível no âmbito do contrato two-way assinado no verão, fez bem ao poste, que ganhou ritmo de competição após a lesão num pé que o afastou durante um mês e mostrou as mais valias que poderia acrescentar ao conjunto principal sobretudo a nível de ressaltos e de defesa.

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Mazzulla não passou ao lado desse processo e encontrou na receção aos Atlanta Hawks o contexto ideal para dar mais minutos ao português na NBA. Com Kristaps Porzingis de fora por lesão (além de Jrue Holiday, o que deu a titularidade a Dalano Banton mas com maior rotação), Al Horford foi titular e Neemias Queta juntou-se a Luke Kornet entre os big man saídos do banco. O poste correspondeu: em 15.09 de utilização, quase três vezes mais do que na estreia com os Memphis Grizzlies, marcou sete pontos com três em oito de lançamentos de campo e ganhou dez ressaltos, seis deles na tabela contrária (um terço de todos os ressaltos ofensivos que a equipa de Boston ganhou). Enquanto esteve em campo, os Celtics tiveram um saldo positivo de cinco pontos, ao contrário do que aconteceu com Kornet (quatro pontos e dois ressaltos em 9.20 minutos).

“Sim, foi muito bom. Acho que ter regressado à G League foi bom para mim, para voltar a ganhar ritmo com mais jogos e mais minutos. Foram jogos também muito disputados e por isso acho que foi a decisão correta voltar à G League para recuperar a minha melhor forma e ritmo. Mostrei aquilo que posso trazer à equipa nas tabelas, ganhar ressaltos ofensivos, ser capaz de arriscar ou atrair um segundo defesa para mim. Esse é um dos pontos onde acho que posso ajudar. As coisas estão a correr-nos bem e queremos continuar assim”, comentou Neemias Queta após o triunfo por 113-103 que manteve os Celtics como melhor equipa da Conferência Este e da NBA, com as mesmas quatro derrotas dos Minnesota Timberwolves.

“O Neemias foi grande para nós neste jogo com toda a energia que trouxe do banco. É complicado não saber se vamos jogar mas ele ajudou-nos a ganhar o jogo. O Queta fez um bom trabalho na proteção do nosso cesto e em termos ofensivos tornou o jogo desagradável para o adversário… É importante que estes jogadores percebam que o trabalho árduo compensa, porque é uma situação complicada não saber quando podem ou não entrar e ter minutos, e que vamos precisar deles ao longo da época”, salientou também Jayson Tatum, que voltou a ser o grande destaque dos Celtics com 34 pontos, nove ressaltos e duas assistências.