O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu, esta quarta-feira, que o Presidente russo, Vladimir Putin, conta com o colapso do apoio ocidental à Ucrânia, acrescentando que o Exército russo está a aumentar a pressão na frente de combate.

“A Rússia só espera uma coisa: que a unidade do mundo livre entre em colapso no próximo ano. A Rússia acredita que a América e a Europa mostrarão fraqueza e não manterão o seu apoio à Ucrânia ao nível apropriado”, disse Zelensky, durante uma teleconferência com os líderes dos países do G7 (as sete maiores economias mundiais).

Embora admita que as forças russas estejam na ofensiva na frente de combate, Zelensky garantiu que os soldados ucranianos estão a “resistir aos ataques”, assegurando que as suas forças “estão a preparar-se para os próximos passos”.

Depois do fracasso da contraofensiva de verão do Exército ucraniano, que não conseguiu romper as defesas russas, foram as tropas de Moscovo que retomaram a iniciativa, nomeadamente em Adviivka.

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A ajuda militar e financeira ocidental à Ucrânia – crucial para o esforço de guerra de Kiev – é cada vez mais posta em causa, sendo objeto de disputas políticas tanto nos Estados Unidos como na Europa.

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Zelensky defendeu que Kiev deve “vencer a batalha da motivação” dentro do país e no estrangeiro, como forma de garantir o sucesso militar contra a Rússia, sendo essencial que o Ocidente mantenha a sua unidade no apoio à Ucrânia.

O líder ucraniano disse também esperar que a União Europeia (UE) “cumpra a sua promessa à Ucrânia”, cujo desejo de aderir à comunidade europeia deverá ser discutido numa cimeira este mês.

Volodymyr Zelensky cancelou na noite de terça-feira, para surpresa de todos, o seu discurso planeado perante o Congresso norte-americano, onde as negociações estão tensas em relação à ajuda à Ucrânia, obrigando mesmo o Presidente Joe Biden a reiterar o seu pedido ao Congresso dos EUA para um novo pacote de ajuda militar a Kiev.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).