A banda brasileira Sepultura anunciou hoje o fim, 40 anos depois da fundação, com uma digressão de 18 meses, ainda sem datas previstas para Portugal, para celebrar o “passado e o presente pela última vez”.

“O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planeada. Nos próximos 18 meses, vamos celebrar 40 anos junto aos nossos fãs em uma ‘tour’ de despedida que vai passar por todo o planeta. Será uma celebração do passado e do presente pela última vez”, pode ler-se na mensagem da banda nas redes sociais.

No ‘site’ do grupo, pode ler-se que a digressão do 40.º aniversário vai incluir a gravação de 40 faixas ao vivo em 40 cidades diferentes para que seja lançada uma compilação dos melhores momentos do grupo em palco. A lista de datas no ‘site’ da banda arranca em 01 de março de 2024, em Belo Horizonte, no Brasil, e prossegue até abril principalmente pelo país de origem da banda e pelo resto da América do Sul.

Em outubro de 2024 atuam no Zenith, em Paris, seguindo-se datas na Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido, Irlanda e outros países europeus, até novembro.

“Estamos felizes e muito gratos por tudo o que pudemos testemunhar nas últimas quatro décadas. Lançámos grandes discos e demos concertos inesquecíveis, cultivámos amizades, conhecemos os nossos ídolos, contribuímos para colocar o metal brasileiro no mapa do mundo e, por isso, sentimos que podemos deixar a cena musical com um sentimento de dever cumprido”, pode ler-se na declaração da banda, num momento em que jornais como o Estadão escrevem que “nenhuma banda brasileira foi tão longe em popularidade e prestígio no mundo”.

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Formados em 1984 em Belo Horizonte pelos irmãos Max e Igor Cavalera, a banda é hoje composta pelo vocalista Derrick Green, que substituiu Max em 1997, pelo guitarrista Andreas Kisser (que tocou pela primeira vez no disco “Schizophrenia”, de 1987), pelo baixista Paulo Jr. e pelo baterista Eloy Casagrande, que entrou na banda em 2011.

Apesar dos 40 anos de carreira do grupo, os principais títulos da sua discografia concentram-se no período até à saída de Max Cavalera, quando editaram discos marcantes do metal mundial, não apenas brasileiro, tendo levado para as sonoridades mais extremas elementos da música do seu país.

Depois dos primeiros álbuns “Morbid Visions”, “Schizophrenia” e “Beneath the Remains”, entre 1986 e 1989, o disco “Arise” trouxe à banda uma maior popularidade, que foi cimentada com “Chaos A.D.”, de 1993, considerado pela Rolling Stone o 29.º melhor disco de metal de sempre. Três anos depois, “Roots” voltou a afirmar a presença da banda entre as mais importantes do metal internacional.