A ditadura dos números aniquila alguns jogadores e eleva outros. Sérgio Conceição não é treinador para deixar que tal aconteça. Normalmente, Taremi é o elemento que mais beneficia da proteção que o técnico dá aos seus jogadores face às estatísticas. No entanto, na visita ao Estádio António Coimbra da Mota, na vitória do FC Porto frente ao Estoril (0-4), Pepê também teve as costas protegidas.

Pepê não marcou no encontro da Taça de Portugal. No entanto, não foi por isso que Sérgio Conceição não elogiou o jogador. No 4x4x2 do FC Porto, o brasileiro colocou-se nas costas de Evanilson numa posição que, não lhe sendo estranha, não é a que desempenha com mais frequência. O posicionamento de Pepê, que os números não mostram, causou problemas na abordagem defensiva do Estoril. “Passou por aí a vitoria de hoje”, assumiu Sérgio Conceição à pergunta feita pelo Observador, depois de já ter assumido que promoveu “algumas nuances” no jogo.

“O Pepê é um jogador que quisemos utilizar hoje, excecionalmente, como terceiro médio para anular aquilo que era um dos pontos fortes do Estoril que é o jogo interior, os alas andam muito por dentro, os laterais projetam-se muito à largura com ataques constantes à profundidade. Acho que, sem dúvida que o Pepê, nesse pormenor, nessa nuance que tivemos a nível defensivo, permitiu-nos ganhar a bola numa zona intermédia do campo e temos jogadores que definem bem, que são rápidos e que atacam muito bem a baliza adversária”, continuou Sérgio Conceição.

Além dos aspetos táticos, o treinador do FC Porto voltou a criticar o prolongamento do mercado de inverno e nem a hipóteses de receber novos jogadores alegra o técnico. “No mês de janeiro fala-se muito, aparecem situações para os jogadores menos utilizados”, o que acaba por “interferir sempre no rendimento”. “Continuo a achar, mesmo que venha um ou outro jogador, que é um tempo exagerado”.

A vitória na Taça de Portugal permitiu também que o FC Porto voltasse receber o apoio dos adeptos no final do jogo, pois, frente ao Boavista, os aplausos deram lugar aos assobios. “Nós queremos e respeitamos aquilo que é opinião deles, eles apoiam sempre. Têm o direito de se manifestarem da forma que entenderem”, apontou Sérgio Conceição. “Estamos sempre à procura de respostas positivas.”

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