A Câmara do Porto prefere uma solução de transporte com pneus, ao invés da ferroviária, para o transporte coletivo de passageiros no ramal da Alfândega, permitindo assim o seu uso para mobilidade suave, disse esta sexta-feira o vereador do Urbanismo.

“Ainda não está definido se será em carril ou pneumático. A nossa preferência é por esta segunda, por uma razão: é mais rápido de movimentar e permite que esse canal seja usado, periodicamente, para modos suaves”, disse aos jornalistas o vereador do Urbanismo e Espaço Público da Câmara do Porto, Pedro Baganha.

O responsável do executivo municipal falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã (PUC), que decorreu na Câmara do Porto.

Estamos, neste momento, a trabalhar num cenário de concessão desse transporte”, um vaivém entre Campanhã e a zona da Alfândega do Porto, no centro histórico, disse Pedro Baganha, acrescentando que está “completamente compatibilizado” com o PUC, cuja proposta preliminar é da autoria do arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets.

Segundo o vereador, o projeto para o ramal da Alfândega “é um dado de partida” do PUC, e que “até ganha relevância tendo em consideração o aumento das valências que vão surgir em Campanhã”.

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“Esta relação com o centro histórico, direta, em cinco minutos, parece muito interessante potenciar”, defendeu.

O ramal liga Campanhã a Miragaia num percurso misto em túneis e a céu aberto, e está desativado desde 1989, tendo sido utilizado para o transporte de mercadorias até à Alfândega do Porto.

A recuperação do canal ferroviário do ramal da Alfândega, no Porto, poderá ascender a 22 milhões de euros, enquanto a adaptação a uma solução rodoviária custará metade, cerca de 10,7 milhões de euros (1,2 milhões de euros referentes aos veículos e 9,5 milhões de euros referentes à infraestrutura), tendo como “cenário base” a ligação direta entre Campanhã e a Alfândega, segundo um estudo da STCP Serviços apresentado em outubro.

O estudo apresentado ao executivo municipal indica que qualquer uma das soluções deverá ter “uma procura potencial” de 2.800 passageiros por dia e entre 835.000 a um milhão de passageiros por ano, dos quais 60% portugueses.

Foi avaliada a construção de três estações, as características dos túneis e estimativa de custo, bem como as soluções ferroviárias e rodoviárias compatíveis com o ramal, que conta com aproximadamente 3,7 quilómetros de extensão, dos quais 1,3 quilómetros são em túnel.

As dimensões do túnel, nomeadamente a sua largura (3,20 metros), e a existência de uma conduta de abastecimento de água “limitam as soluções” a adaptar naquela infraestrutura.

O estudo avalia ainda a possibilidade de concessionar ou de manter o ramal na esfera municipal, operando-o através da STCP, concluindo ser “financeiramente sustentável e atrativa para o concessionário” a possibilidade de existir uma concessão a 15 anos, com o arranque do serviço de transporte em 2028.