O Movimento Cívico de Agricultores de São Miguel, nos Açores, cancelou a concentração prevista para quinta-feira e marcou uma reunião para esse dia para decidir novas ações de luta.

Segundo o porta-voz do grupo, Fernando Mota, a concentração inicialmente prevista para quinta-feira, cuja hora não chegou a ser definida, foi cancelada, e os agricultores de São Miguel vão reunir, a partir das 20h00 locais (21h00 em Lisboa), na freguesia de Covoada, no concelho de Ponta Delgada, “para decidir as formas de luta a realizar”.

Na reunião, os agricultores presentes irão decidir “o que querem fazer, quais são as próximas ações de luta”, referiu, esta quarta-feira, o responsável à agência Lusa.

Na passada quinta-feira, no final de uma marcha lenta que juntou “cerca de 400” viaturas de agricultores, entre tratores, carrinhas e veículos ligeiros, o Movimento Cívico de Agricultores de São Miguel tinha decido realizar na quinta-feira uma nova concentração.

Marcha lenta de agricultores na ilha açoriana de São Miguel na quinta-feira

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A iniciativa serviria para transmitir ao setor um ponto de situação das reivindicações, após o protesto ter terminado sem a prevista entrega de um manifesto à direção da Associação Agrícola de São Miguel.

O protesto da semana passada teve início cerca das 10h30 locais (11h30 em Lisboa) junto da sede da Associação de Jovens Agricultores Micaelenses, nos Arrifes (Ponta Delgada) e terminou, depois das 14h30 locais, à porta da Associação Agrícola de São Miguel (em Santana, Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande).

Os agricultores tinham inicialmente previsto entregar um manifesto com as suas reivindicações ao presidente da Associação Agrícola de São Miguel e da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, mas não chegaram a fazê-lo, alegando que o dirigente não defende a classe.

No caderno reivindicativo, a que a Lusa teve acesso, os agricultores de São Miguel pedem, entre outras medidas, a prorrogação do prazo das candidaturas “no apoio direto aos jovens para diminuir os sobrecustos de pagamentos à Segurança Social”, “no apoio direto ao sobrecusto do aumento das taxas de juro” e no apoio à transição digital e inovação previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para a inclusão de sistemas automáticos de alimentação animal e ordenha.

A descida do imposto sobre os produtos petrolíferos do gasóleo agrícola, a redução do preço das rações, e a aplicação de um sistema Simplex no licenciamento às explorações e na autorização de corte de matas são outras das exigências.