Menos de 24 horas antes de se reunir com o Presidente da República, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, confessou que planeia questionar Marcelo Rebelo de Sousa sobre o que o levou a convocar os partidos antes dos votos contados dos emigrantes.

Para o deputado novamente eleito – tendo, desta vez, um grupo parlamentar para o acompanhar na legislatura –, devem ser “respeitados todos os processos democráticos”, como a contagem de todos os votos, especialmente quando, “ao contrário do que se passou noutras eleições, em que era matematicamente impossível mudar uma maioria com os votos das comunidades portuguesas no estrangeiro, agora isso pode acontecer. “Estes votos são relevantes”, sublinhou, em entrevista à CNN Portugal.

Rui Tavares admitiu ainda que não se sentiu “frustrado” quando Pedro Nuno Santos assumiu a derrota, mesmo antes da contagem desses votos, dizendo, no entanto, que “todos fazemos mal se andarmos muito atrás do curto prazo”.

O porta-voz do Livre descartou que haja inviabilidade no resultado das eleições. “Temos um cenário que, para já, é certo entre os campos políticos que disseram negociar para soluções governativas. Temos o da esquerda, que neste momento tem mais votos e mandatos que o da direita – da AD e da IL –, e temos o do Chega, com o qual toda a gente disse que não negociaria para Governo”, salientou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

[Já saiu o terceiro episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui e o segundo episódio aqui]

Apesar do primeiro cenário, Rui Tavares não afastou a hipótese de a “direita e extrema-direita juntas apresentarem uma moção de rejeição” ao governo de esquerda, pressionando assim a AD e a IL a “clarificar de uma vez por todas se contam com o Chega política ou aritmeticamente”.

O Livre reuniu mais de 198 mil votos nas eleições legislativas, tendo quase duplicado o resultado de 2o22 e quadruplicado o número de deputados no Parlamento. O partido elegeu, assim, pela primeira vez, um grupo parlamentar, estando Rui Tavares acompanhado de Isabel Mendes Lopes (eleita pelo círculo de Lisboa), Paulo Muacho (círculo de Setúbal) e Eduardo Pinto (círculo do Porto).

Rui Tavares quadruplica representação parlamentar, mas adia sonho da geringonça