Luis Rubiales saiu, os escândalos no futebol espanhol relacionados com a sua vigência enquanto presidente da Real Federação Espanhola de Futebol vieram para ficar. A Unidade Central Operacional da Guarda Civil espanhola fez esta manhã uma série de buscas na sede da RFEF e em vários domicílios, entre os quais o do antigo líder do órgão, por alegados contratos irregulares assinados nos últimos cinco anos. Existirão nesta fase sete detidos e mais cinco pessoas sob suspeita. No epicentro dessas diligências estarão os acordos feitos com a Arábia Saudita para a realização da Supertaça de Espanha no Médio Oriente.

De acordo com a agência EFE, a operação está a ser desenvolvida em várias províncias, com a suspeita de crimes como corrupção empresarial, administração desleal e branqueamento de capitais. Além da presença na sede da RFEF, existem mais de dez buscas a residências numa operação que foi elaborada pelo Tribunal de Primeira Instância e Instrução número 4 de Majadahonda e que começou com os contratos que foram feitos entre a Federação então liderada por Luis Rubiales e a Kosmos, do ex-jogador Gerard Piqué. Todo o processo teve como origem uma denúncia da Associação Transparência e Democracia no Desporto.

“A RFEF ofereceu hoje a sua total colaboração às Forças e Corpos de Segurança do Estado, bem como à Justiça, após a busca na sua sede, e optou por uma transparência absoluta na instituição que dirige o futebol em Espanha. Neste sentido, a investigação em curso deve ir até às últimas consequências. A Federação mostra a sua profunda preocupação pelos factos ocorridos hoje e oferece toda a transparência possível, honrando os valores que o futebol representa e que os seus dirigentes devem defender, devendo ser um exemplo para a sociedade”, destacou a Real Federação Espanhola de Futebol em comunicado.

O El País avança que a casa de Luis Rubiales, em Granada, também foi registada entre as diligências feitas na manhã desta quarta-feira, sendo que o antigo presidente da RFEF está agora fora do país. Segundo fontes jurídicas e policiais, o ex-número 1 da Federação espanhola não se encontra entre as pessoas detidas, sendo que o El Mundo avança que se o antigo dirigente não estivesse há um mês na República Dominicana, poderia estar na lista de detidos como tem acontecido com pessoas que eram próximas de si na RFEF. “Estou absolutamente espantado com tudo isto. Há meses que estou a trabalhar na República Dominicana. A minha família ia vir comigo na Páscoa”, referiu o antigo líder da Real Federação Espanhola de Futebol. À noite, o Ministério Público anunciou que emitiu mesmo uma ordem de detenção de Luis Rubiales.

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A Marca adiante que um dos detidos é Tomás González Cueto, assessor jurídico externo da Federação e um dos homens de confiança de Rubiales. Poderão também ser envolvidos mais membros do Departamento de Recursos Humanos e do Jurídico, como Pedro González Segura e José Javier Giménez. Já Gerard Piqué e a Kosmos Global Holding, empresa de detém, estão a ser investigados no âmbito do contrato que intermediou e que rende até 2029 40 milhões de euros à RFEF e mais 24 milhões à Kosmos.

E se na Roja comandada por Luis de la Fuente o ambiente continua igual, com David Raya a dizer que o grupo se mantém à margem de todas essas questões na preparação para os encontros particulares com a Colômbia e o Brasil, alguns nomes fortes do futebol espanhol já reagiram às notícias, a começar por Iker Casillas, ex-guarda-redes de Real Madrid e FC Porto que chegou a admitir concorrer à liderança da RFEF.