“How to Have Sex — A Primeira Vez”

A primeira longa-metragem da inglesa Molly Manning Walker acompanha três adolescentes que vão de férias para um hotel numa ilha grega e entregar-se a todo o tipo de excessos. Uma delas é virgem e irá ter a sua primeira experiência sexual. How to Have Sex — A Primeira Vez é um filme superficial e vácuo sobre pessoas superficiais, vácuas e sem o menor interesse, qualquer que seja o lado de que se olhe para elas. Embora a realizadora tenha pretensões a dizer coisas “importantes” e cheias de “autenticidade” sobre o comportamento, a intimidade e as dores de crescimento dos adolescentes, através de um ponto de vista supostamente naturalista mas que não vai além do estereótipo da câmara indiscreta. Mesmo assim, Molly Manning Walker está a ser aclamada como a nova grande descoberta do cinema de Sua Majestade e esta fita peso-pluma ganhou a secção Un Certain Regard do Festival de Cannes.

“Anjos na Terra”

Hilary Swank é a atração principal e a força motriz desta fita baseada em factos reais ocorridos na década de 90 em Louisville, no Kentucky, mostrando porque é que tem dois Óscares em casa. Ela interpreta Sharon Stevens, uma cabeleireira alcoólica e mãe solteira a quem o filho não fala, e que elege como fito na vida ajudar uma menina órfã de mãe que sofre de uma doença rara e precisa de um transplante de fígado, e cujo dedicadíssimo pai, um operário que trabalha por conta própria, está carregado de dívidas. Com um argumento co-escrito pela atriz Meg Tilly, Anjos na Terra é um potável melodrama feel good, que não abusa do melaço sentimental e celebra com sinceridade o altruísmo das pessoas comuns e o espírito de entreajuda comunitário. A personagem de Swank é tanto mais conseguida porque a fita não lhe omite os defeitos, nem a oportunidade de redenção aos seus próprios olhos que a campanha pela menina lhe proporciona.

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“O Mal Não Está Aqui”

Depois de Drive My Car (Melhor Argumento no Festival de Cannes de 2021 e Óscar de Melhor Filme Internacional), o japonês Ryûsuke Hamaguchi assina este filme que começou por ser uma colaboração com a cantora e compositora Eiko Ishibashi, autora da banda sonora daquele, uma peça visual sem palavras, rodada para acompanhar e ilustrar os espectáculos daquela. Hamaguchi sentiu então que havia potencial narrativo nas imagens, e rodou mais uma série de sequências com um enredo e personagens. O filme passa-se numa pequena localidade nos arredores de Tóquio, onde vivem Takumi, um faz-tudo, e a sua filha Hana. Os locais tomam conhecimento que uma empresa de Tóquio comprou ali um grande terreno, onde vai construir um campismo de luxo para os citadinos. O Mal Não Está Aqui foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.