Desde domingo que os professores têm tido dificuldade em candidatar-se aos concursos para a colocação de Educadores de Infância e de Docentes do Ensino Básico e Secundário nas escolas públicas. O mau funcionamento da plataforma levou, já esta segunda-feira, a Federação Nacional de Educação (FNE) a pedir um alargamento do prazo para as candidaturas. O ministério tutelado por Fernando Alexandre decidiu dar mais 48 horas aos docentes para concluir esse processo e decidiu reforçar a “capacidade dos servidores”.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação diz que “já reforçou a capacidade dos servidores e decidiu prorrogar por 48 horas, até às 18h de quinta-feira, dia 18 de abril, o prazo para submissão das candidaturas ao Concurso Interno e ao Concurso Externo 2024/2025”.

A decisão surge depois de um pedido feito pela FNE. Num ofício enviado ao ministério de Fernando Alexandre, a federação sugeria a “ativação de mecanismos excecionais para estender o prazo dos concursos”, para garantir que os docentes têm “tempo suficiente” para realizar “as suas candidaturas de forma consciente”.

Antes da decisão do Governo, os docentes tinham apenas até dia 16 às 18h para se candidatarem, sendo que “há quase 24 horas” que a plataforma regista problemas técnicos, alertou Pedro Barreiros ao Observador. Segundo o secretário-geral da FNE, “vários sindicatos têm enviado prints com problemas e mensagens de erro”. Em algumas destas mensagens lê-se, por exemplo, as mensagens “Esta página não está a funcionar”, “Ocorreu um erro na aplicação”, “Erro na aplicação” ou “Software caused connection abort”.

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Segundo o Ministério da Educação, “o aproximar do fim do prazo para a submissão de candidaturas aos concursos (…) gerou um elevado acesso à plataforma da Direção-Geral da Administração Escolar”, motivo pelo qual “reforçou a capacidade dos servidores”.

“Nada justifica que a plataforma não esteja preparada para tantos acessos”, critica Pedro Barreiros. E lembra que em concursos de anos anteriores também se registaram problemas com a plataforma do Sistema Interativo de Gestão de Recursos Humanos da Educação da DGAE (Direção Geral da Administração Escolar).

Toda esta situação, diz Pedro Barreiros, “leva a uma ansiedade” e algum “desespero”. “Os sindicatos tentam dar algum conforto aos professores” esclarecendo as dúvidas que vão surgindo. Mas “é um conforto que se torna em desconforto quando os que ainda não concorreram vêm o prazo a acabar” e não conseguem efetuar a candidatura.

Em causa, explica o responsável pela FNE, estão decisões importantes e que envolvem “ponderação” por parte dos docentes: “Temos professores com habilitações que lhes permitem concorrer a vários grupos disciplinares. E é um exercício para perceber para onde se devem candidatar para ficar melhor, ou seja, mais perto de casa”.