Mais um jogo, mais um resultado diferente, mais uma história distinta de todas as outras. Depois do triunfo inaugural do FC Porto no arranque das meias-finais frente ao Sporting, os leões “devolveram” a vitória no seu jogo no Pavilhão João Rocha e empataram de novo a eliminatória. Ponto comum? A forma como quem está por baixo tenta ressurgir nos encontros. Foi assim primeiro com a formação verde e branca, que a perder por 3-0 e com nove faltas marcou dois golos de rajada a cinco minutos do final e reabriu a questão. Foi assim a seguir com o conjunto azul e branco, que com quatro golos de atraso reduziu a dois por Mena. Quem estava na frente aguentou o resultado mas também aqui ficou evidente o equilíbrio entre os conjuntos.

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“O jogo em Alvalade não foi o nosso melhor mas já passou e estamos confiantes. Temos o fator casa a nosso favor e estamos obrigados a ganhar aqui. O playoff é muito bonito porque os adeptos ajudam-nos muito e temos que entrar sempre focados porque só juntos é que poderemos ser campeões. Tenho a certeza de que vamos ganhar. Temos que entrar mais concentrados e cientes dos pontos fortes do Sporting, porque eles são uma equipa capaz de nos fazer sofrer. Nunca podemos dar os jogos como perdidos, porque estava 4-0 para eles, marcámos dois golos e parecia que estávamos dentro do jogo outra vez. No primeiro jogo aconteceu o mesmo. Os pequenos pormenores fazem a diferença mas temos a experiência necessária para evitar os erros do último jogo”, recordara Xavi Malián, guarda-redes dos dragões, na antecâmara do jogo 3.

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“No jogo 1 fizemos uma má primeira parte. Eles foram bastante duros, nós não conseguimos lidar com isso. Também o facto de as faltas terem acumulado para o nosso lado e não para o lado deles teve um impacto grande na nossa maneira de atuar. Queremos mantermo-nos fiéis à nossa imagem, aquilo que sabemos fazer e que jogamos, porque não podemos jogar de uma maneira no João Rocha e de outra noutros pavilhões. Temos de ser iguais a nós mesmos. Não estamos a pensar na eliminatória, estamos a pensar jogo a jogo e vamos ao Dragão para ganhar. Eles são muito ofensivos, sabemos os pontos que temos de controlar do FC Porto mas devemos olhar mais para nós, para aquilo que temos de fazer. A nossa personalidade tem de vir ao de cima. Depois as individualidades têm de aparecer”, destacara Ângelo Girão, guarda-redes dos leões.

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Ambos tinham razão, só um conseguiu confirmar na prática o que dizia na teoria. É certo que os remates de Verona aos postes podiam trazer outra história mas, à exceção dos minutos iniciais, o FC Porto conseguiu fazer prevalecer o maior poderio individual e coletivo e ganhou de forma natural, conseguindo também ter outra capacidade para fechar a vantagem ao contrário do que acontecera no jogo 1. Com isso, passa a estar apenas a um triunfo de chegar à final, tal como o Benfica frente à Oliveirense na outra meia-final.

Ao contrário do que tinha acontecido no jogo 1, foi o Sporting a ter uma entrada melhor na partida, com uma velocidade e qualidade de processos ofensivos que foi encontrando em Malián uma barreira intransponível além dos postes que tiraram por duas vezes o golo a Alessandro Verona nos cinco minutos iniciais. Depois, o FC Porto foi equilibrando e passou para cima. O desconto de tempo de Ricardo Ares mexeu com a equipa, que mostrou uma maior agressividade defensiva e mais capacidade para sair rápido para o ataque. Foi assim que Gonçalo Alves, subindo pela direita mas ganhando a frente a Henrique Magalhães, conseguiu ameaçar o remate, fez cair Girão e colocou a bola no primeiro poste para o 1-0 (12′). Estava aberto o marcador num jogo que não parecia estar nessa fase para grandes golos e oportunidades pelo rigor pedido pelos técnicos.

Em desvantagem, os leões foram tentando esticar novamente a equipa em termos atacantes, com a entrada de novo na pista de Nolito Romero a dar outros argumentos que, enquanto protestavam ainda uma suposta falta não marcada de Edu Lamas sobre Ferran Font, foram “traídos” por uma jogada fantástica de hóquei: Ezequiel Mena saiu rápido aproveitando a vantagem 3×2, Gonçalo Alves abriu à esquerda para Hélder Nunes ficar no meio e a assistência final foi para o argentino fazer o 2-0 (16′). O Dragão Arena “explodia” e não ia esperar muito tempo até novo epicentro de festejos, com um autêntico míssil de meia distância de Helder Nunes que deixou Girão sem reação (17′). Pela terceira vez Verona acertou no poste antes do intervalo.

O segundo tempo começou com uma tendência diferente, com o FC Porto a tentar controlar a partida sem necessidade de estar a partir o jogo e a esperar pelas ações ofensivas de um Sporting que teria de arriscar um pouco mais para depois explorar transições. Ângelo Girão, que cometeu um penálti claro (sem necessidade) sobre Mena, foi fechando a baliza dos leões, mas Xavi Malián não ficou atrás, travando com duas grandes intervenções o golo de Ferran Font que poderia reacender a partida. Só mesmo de bola parada dos leões iriam marcar, com Di Benedetto a ver cartão azul e João Souto a converter o livre direto (37′).

Reabria-se a esperança verde e branca com as duas equipas “tapadas” por faltas, sendo que aquilo que por norma era uma mais valia do FC Porto nos clássicos deixou de ser nos últimos confrontos entre ambos. Até começarem a chegar as décimas faltas, algo que na teoria parecia ser inevitável, Xavi Malián teve duas intervenções soberbas com a máscara a evitar de novo uma diferença mínima no resultado mas os minutos foram passando com as duas equipas a procurarem o golo mas com cuidados extremos em qualquer contacto, com os guarda-redes a levarem a melhor até Carlo Di Benedetto surgir sozinho na área quando os leões arriscavam tudo para bater Girão e fazer o 4-1 a 38 segundos do fim. O jogo estava fechado, o resultado ainda não e Gonçalo Alves, de livre direto pela décima falta dos lisboetas, fez o 5-1 final na recarga.