O PS venceu cinco das oito idas às urnas para eleger os representantes portugueses no Parlamento Europeu, enquanto o PSD, que já não vence desde 2009, foi líder das outras três eleições.
Desde a entrada na União Europeia, os eleitores portugueses já foram chamados a escolher os eurodeputados portugueses por oito vezes e, em mais de metade das ocasiões, a vitória recaiu sobre o Partido Socialista.
Nas últimas eleições, em 2019, o PS venceu com 33,38% dos votos, conseguindo conquistar nove lugares em Estrasburgo, o mesmo número de deputados que a cabeça de lista do PS Marta Temido estabeleceu como meta que, se não for atingida, será uma “derrota para o país”.
O melhor resultado socialista remonta a 2004, quando o partido, com uma candidatura liderada por António Costa, após a morte do anterior cabeça de lista, António de Sousa Franco, obteve 44,52%, o correspondente a 12 eurodeputados, ou seja, mais de metade dos lugares disponíveis para Portugal no Parlamento Europeu.
Além de 2019 e 2004, o PS venceu também em 2014 (31,46% dos votos), em 1999 (43%) e em 1994 (34,87%). O pior resultado dos socialistas aconteceu nas primeiras europeias em Portugal, quando, em 1987, elegeu apenas seis eurodeputados com 22,48% dos votos.
O PSD, por sua vez, venceu as restantes três eleições – e a última vitória remonta a 2009, quando a lista liderada por Paulo Rangel obteve 31,7% dos votos, elegendo oito eurodeputados. Mesmo em coligação com o CDS-PP, em 2014, ficou em segundo lugar, com 27% dos votos.
Antes, os sociais-democratas venceram a primeira e a segunda eleições europeias em Portugal, em 1987 e 1989. Em 1987, o ano do pior resultado de sempre dos socialistas, o PSD conseguiu eleger 10 eurodeputados com 37,45% dos votos, um recorde de votação. Esse feito foi conseguido por uma candidatura social-democrata encabeçada por Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro.
Em 1989, o PSD voltou a conseguir um bom resultado tendo vencido com 32,75% dos votos, o correspondente a nove eurodeputados.
Nas últimas eleições, em 2019, o PSD teve o seu pior resultado de sempre, com a eleição de apenas seis eurodeputados, após uma votação de 21,94%.
Fora dos dois maiores partidos, destaca-se o percurso da CDU (PCP e PEV) que chegou a obter 14,4% dos votos nas eleições de 1987 e 12,68% em 2014 e nunca falhou a eleição de, pelo menos, dois eurodeputados desde que Portugal entrou na União Europeia.
Também o CDS-PP é presença constante no Parlamento Europeu. Coligado com o PSD ou com uma candidatura solitária, os centristas nunca falharam a ida para Bruxelas. Em 2019, elegeram Nuno Melo, atual ministro da Defesa.
O Bloco de Esquerda, desde que foi fundado, em 1999, só falhou a eleição de deputados para o Parlamento Europeu no ano da sua fundação. Desde aí, elegeu sempre e conseguiu a sua maior representação de sempre em 2009, com três eurodeputados, ao ter conseguido 10,7% dos votos.
Mais recentemente, novos partidos entraram na contenda europeia com o PAN a conseguir eleger pela primeira vez para o Parlamento Europeu em 2019, com o cabeça de lista Francisco Guerreiro que, mais tarde, viria a desfiliar-se do partido.
Em 2014, o MPT – Partido da Terra, que nunca teve representação parlamentar nacional, conseguiu a eleição de dois eurodeputados, com um resultado histórico de 7,14%, numa candidatura encabeçada por António Marinho e Pinto.
Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação é no dia 09.
Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.
Concorrem às eleições em Portugal 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.