A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (AEFLUL) denunciou esta segunda-feira, em comunicado, os “muitos problemas e dificuldades vividas pelos estudantes oriundos dos PALOP”, pedindo uma integração justa e o combate à marginalização.

As preocupações da AEFLUL estão expressas na moção “Por uma verdadeira integração dos estudantes PALOP”, aprovada domingo, por maioria simples, no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorreu em Setúbal, lê-se na nota enviada esta segunda-feira às redações.

Assente nos valores da cooperação e da solidariedade entre os povos, esta moção “é de enorme importância por denunciar muitos dos problemas e dificuldades vividas pelos estudantes oriundos dos PALOP”, frisa a AEFLUL.

Os problemas apontados vão do excesso “de burocracias nas candidaturas de ingresso, aos atrasos a que estas levam na colocação e efetiva chegada a Portugal, à dificuldade de acesso às bolsas de estudo ou descontos, às altíssimas propinas (quer devido aos atrasos, quer ao desconhecimento da existência das mesmas)”.

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Mas os problemas de integração vão mais longe e passam, também, pela falta de alojamento estudantil, sobretudo no período do verão com o fecho de residências, salienta.

As dificuldades com a língua portuguesa e também com as tecnologias informáticas e digitais são outras das inúmeras barreiras que os jovens oriundos dos PALOP têm que enfrentar.

A AEFLUL aponta, ainda, como preocupação, a falta de tempo para a vida académica, para a vida cultural e desportiva, que estes estudantes têm devido às dificuldades de vida e à necessidade de muitos terem de arranjar trabalho para continuarem os estudos.

Apelando a soluções que levem a uma justa integração dos estudantes PALOP e a um eficaz combate à marginalização, esta posição aprovada no ENDA pelo Movimento Associativo Estudantil sublinha a importância da desburocratização dos processos e da efetivação do acesso de informação sobre candidaturas a bolsas e residências.

A criação de secções da AIMA exclusivamente para estudantes, a abertura de residências durante o verão, a garantia de cursos de português sem custos acrescidos e uma especial atenção e apoio quanto ao acompanhamento às tecnologias digitais são outros dos pontos destacados nesta comunicação.