O Youtube bloqueou a conta do grupo de extrema-direita 1143, liderado por Mário Machado, devido ao discurso de ódio que os vídeos partilhados promoviam. A informação é avançada pelo jornal The New York Times, que questionou a plataforma sobre o conteúdo dos vídeos do grupo também criado por Mário Machado e que promoveu uma manifestação “contra a islamização da Europa” no início de fevereiro deste ano.

De acordo com o New York Times, que publicou um artigo sobre a forma como o discurso de ódio se multiplica através das redes sociais e utiliza Portugal como exemplo, a conta do grupo 1143 foi suspensa depois de enviadas questões sobre os conteúdos dos vídeos publicados por este grupo. “Qualquer conteúdo que promova violência ou incentive o ódio a pessoas com base em atributos como etnia ou condição de imigração não é permitido na nossa plataforma”, respondeu o Youtube. “Estamos empenhados em remover o conteúdo o mais rápido possível”, acrescentou.

Quando é feita a pesquisa pelo grupo 1143, a indicação que é dada pelo Youtube é a de que a página não está disponível.

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Mas não é apenas no Youtube que o grupo 1143 espalha discurso de ódio, sobretudo contra imigrantes. Também no Telegram, através de grupos fechados, os seus membros multiplicam mensagens racistas e xenófobas. Aliás, foi num dos grupos do Telegram que começou a ser organizada a manifestação que aconteceu em Lisboa em fevereiro e que não foi, aliás, autorizada pela Câmara Municipal de Lisboa numa primeira fase — o grupo 1143 acabou depois por alterar o percurso da manifestação, que inicialmente estava marcada para a zona do Martim Moniz.

[Já saiu o segundo episódio de “Um rei na boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no YouTube. Também pode ouvir aqui o primeiro episódio. ]

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Na altura, a PSP emitiu um parecer que dava conta de “um elevado risco de perturbação grave e efetiva da ordem e da tranquilidade pública”, caso esta manifestação fosse autorizada e, como consequência, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu então não dar luz verde.