O edifício da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, na rua de São Mamede, em Lisboa, foi assaltado durante a madrugada desta quarta-feira. Vários gabinetes, incluindo os dos principais responsáveis, foram remexidos, tendo sido levados um total de oito computadores portáteis, apurou o Observador.

Os ladrões terão mesmo conseguido furtar os equipamentos informáticos utilizados por chefias desta secretaria, como por exemplo o computador de Teresa Costa, secretária-geral adjunta e o do responsável pela área informática. A investigação, a cargo da Divisão de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública, tenta agora identificar os responsáveis e perceber quais as motivações.

Ladrões terão entrado pela janela do 6.º andar

Foi já na manhã de quarta-feira, quando começou um novo dia de trabalho, que quem foi chegando se apercebeu de que nas horas anteriores algo de estranho tinha acontecido: diversos gabinetes estavam desarrumados e com sinais de terem sido remexidos. O caso foi comunicado à PSP pelo elemento que esta polícia tem em permanência tem naquela secretaria-geral.

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Os agentes da PSP chegaram ao local pouco antes das 10h, e rapidamente confirmaram a denúncia, tendo a investigação ficado a partir desse momento a cargo da Divisão de Investigação Criminal. Acredita-se que o crime terá acontecido várias horas antes do alerta, pelas 5h.

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Uma das principais suspeitas é a de que quem entrou no edifício da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna terá tido acesso por uma das janelas do 6.º andar, dado que a entrada do edifício tem vigilância mesmo durante a noite. Para chegar ao topo do prédio, os ladrões terão usado o andaime do edifício contíguo, que está em obras. A fuga também aconteceu com recurso ao referido andaime.

PSP está a investigar, câmaras de videovigilância estavam avariadas

Segundo apurou o Observador, este edifício tem sempre um elemento a fazer segurança na entrada que não se terá apercebido de nada e as câmaras de videovigilância também não registaram o momento porque estão avariadas. Além disso, não havia sistema de alarme. Dado tratar-se de um crime de furto, a investigação é da competência da PSP, neste caso através da Divisão de Investigação Criminal, não tendo havido, por isso, até agora qualquer intervenção da Polícia Judiciária, apurou o Observador.

Ainda assim — e não se podendo descartar que o furto tivesse outros objetivos, como por exemplo o interesse em aceder a informações sigilosas que constavam nos aparelhos informáticos e nos gabinetes — é normal que outros serviços diferenciados, como o Serviço de Informações de Segurança, sejam informados e estejam a acompanhar e a colaborar com a investigação.

O Observador tentou obter mais esclarecimentos sobre o caso junto do Ministério da Administração Interna e do Serviço de Informações de Segurança (SIS), mas até à publicação deste artigo não recebeu qualquer resposta.

Já a Direção Nacional da PSP, questionada sobre este caso, limitou-se a confirmar “que a Secretaria Geral do MAI foi alvo de furto, tendo chegado ao local pelas 9h52”. “Esse facto foi comunicado por um polícia de serviço, segundo o qual haveria vários gabinetes remexidos”, acrescenta ainda.