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O ministro da Defesa Nacional disse hoje aos militares na base romena de Caracal que não estão nesta missão da NATO apenas para treinar mas também para atuar se as circunstâncias o exigirem.

O estado de prontidão, o nível de preparação e os equipamentos desta força destacada demonstram bem que não estão aqui apenas para treinar. Estão aqui para atuar, se as circunstâncias assim o exigirem, e em defesa de um bem maior”, declarou.

Discursando perante os 225 militares que integram missões da NATO na Roménia, comandados pelo tenente-coronel Simão Sousa, Nuno Melo frisou que esta Força Nacional “é a primeira linha de defesa” das liberdades e reafirmou o compromisso de Portugal para com a NATO.

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“Aqui, à nossa escala, estamos a assegurar a capacidade dissuasória e defensiva da NATO, perante acções de provocação que testam diariamente a coesão e unidade dos Aliados e das democracias, e que exigem a prontidão permanente das forças aliadas”, disse.

Nuno Melo referiu-se ao “contexto geopolítico de grandes tensões” que “opõem as democracias às opressões”, Nuno Melo enalteceu a acção da força portuguesa que, sediada em Caracal, Craiova, participam em exercícios e treinos com as forças da Roménia e da Macedónia do Norte, no quadro da NATO.

Também discursando perante as forças em parada, o general romeno Dragos Lacob, afirmou que “Moscovo representa uma ameaça à segurança” e advertiu para “campanhas de desinformação e acções provocatórias” da Rússia, país que invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022.

O general, comandante das forças romenas, elogiou o papel dos “irmãos de armas” portugueses que disse demonstrarem “forte empenho e determinação” nas missões comuns.

Portugal tem empenhados na Roménia, em missões da NATO, 225 militares, dos quais 221 pertencem à Companhia de Atiradores Mecanizada, e quatro em estruturas de comando da NATO neste país.

Antes, dirigindo-se em inglês aos militares da base de Caracala, portugueses, romenos e da Macedónia do Norte, Nuno Melo condenou a “brutal agressão de Putin” e manifestou solidariedade para com o povo ucraniano que “continuam a resistir bravamente”.

Mais cedo, Nuno Melo disse também que o agravamento da situação militar no Médio Oriente poderá obrigar a um novo repatriamento de portugueses, mostrando-se preocupado com o aumento da tensão naquela região.

Em Bucareste, na Roménia, depois de se reunir com o homólogo romeno, Angel Tilvar, o governante português falou da “difícil” conjuntura geopolítica atual, somando à situação no Médio Oriente, outras como a que se vive na Ucrânia ou em África.

Os tempos são difíceis. A conjuntura geopolítica agrava-se. O conflito na Ucrânia não é uma novidade, mas também o agravamento da situação militar no Médio Oriente. O que ontem [terça-feira] aconteceu preocupa-nos muito. De resto poderá obrigar de novo ao repatriamento de vários cidadãos portugueses. O que sucede na Ucrânia, no Médio Oriente, em África, afeta-nos a todos”, disse Nuno Melo.

[Já saiu o primeiro episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube]

O ministro da Defesa Nacional insistiu que “nesta conjuntura a aliança certa é no âmbito da NATO”. “[Porque] nos protege e na qual somos um parceiro fundamental. E é esse o nosso esforço”, referiu.

Nuno Melo reiterou a solidariedade para com o governo da Roménia

“O relacionamento com a Roménia é um relacionamento muito próximo, temos muito para crescer em muitos domínios, nomeadamente militar, neste contexto NATO que não é pequeno, tendo em conta os tempos e as nossas circunstâncias”, disse.

O ministro da Defesa assinalou os “pontos em comum” que Portugal e a Roménia tem na área militar, dando como exemplo o trabalho conjunto das forças dos dois países na África Central.

Sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Tilvar respondeu aos jornalistas que há razões para os aliados se acautelarem e estarem preparados.

O ministro português manifestou a solidariedade do governo para com a Roménia, face a “circunstâncias vividas”, no país que faz fronteira com a Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

Sobre o reforço do investimento português neste quadro, Nuno Melo destacou o envio de mais 20, num total de 40, elementos das Operações Especiais do Exército, para o teatro de operações da Roménia.

“Os portugueses têm de perceber que o prolongado período de paz que vivemos deve-se à NATO, uma organização que é de paz”, disse, reiterando que Portugal atingirá em 2029 o objetivo de garantir 2% do PIB em investimento em Defesa.

O Irão lançou na noite de terça-feira um ataque de mísseis balísticos contra Israel. O governo do Irão confirmou o lançamento de 200 mísseis contra Israel num ataque em retaliação pelos assassínios do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.

Como foi o maior ataque do Irão contra Israel. 220 mísseis de última geração, disparados durante uma hora

As Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos, que já garantiu que vai coordenar com Telavive a resposta a Teerão.

Este foi o segundo ataque do Irão contra Israel desde abril. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira à noite que o Irão “cometeu um erro grave” ao atacar o seu país e que “pagará o preço”, estando Israel determinado em responsabilizar os seus inimigos.

Ataque a Israel: Netanyahu diz que Irão “cometeu um grande erro e vai pagar por isso”

Na sequência do ataque iraniano, Israel pediu na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.

O ministro da Defesa Nacional esta quarta-feira na Roménia para contactar com a força destacada nas missões da NATO no país, que conta com um contingente português composto por 225 militares, a maioria da Brigada Mecanizada do Exército, e inclui quatro militares da Marinha e um da Força Aérea Portuguesa.

Portugal participa, no quadro da NATO, em exercícios conjuntos na Roménia desde 2022. O envio de uma brigada de até uma centena de militares tinha sido aprovado no ano anterior.

Contudo, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, e face ao agravar do conflito, o Conselho Superior de Defesa Nacional deu parecer favorável ao reforço e à antecipação, em algumas semanas, da partida dos militares do Exército, que aconteceu em setembro desse ano.

Sediados na base militar de Caracal, os militares participam em duas missões da NATO, em exercícios e treinos com forças congéneres, em vários locais do país.

A missão “Enhanced Vigilance Activities” visa “afirmar a coesão e a determinação dos Aliados” e a Tailored Forward Presence tem o objectivo de contribuir para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste”, de acordo com o Ministério da Defesa.