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O Presidente sírio Bashar al-Assad, cujo regime foi derrubado pelos rebeldes neste domingo, encontra-se em Moscovo com a sua família, confirmou a agência estatal russa Tass, citando fonte do Kremlin, que assegurou ainda que a Rússia concedeu asilo a Assad e à sua família. A confirmação chegou no final de um dia em que houve muita especulação sobre o paradeiro de Bashar al-Assad, tendo inclusivamente circulado a informação de que poderia ter morrido.

Este domingo, soube-se que Assad teria embarcado num avião que, depois de descolar, voou em direção à costa síria mas acabou por fazer meia-volta, perdendo altitude e desaparecendo do radar. Fontes sírias que falaram com a Reuters chegaram mesmo a admitira que haveria uma “grande probabilidade” de que o avião se tenha despenhado e que o Presidente possa ter morrido — informação entretanto desmentida pela imprensa russa.

De acordo com o FlightRadar, o avião em que se acredita que Bashar al-Assad seguia voou para uma região controlada pelo regime (Alawite) mas alterou o rumo, ainda voou alguns minutos na direção oposta mas, depois, desapareceu.

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A agência Reuters tentou confirmar quem seguia a bordo desse avião mas não conseguiu garantir que lá seguia o Presidente.

Poucas horas antes, foi noticiado que Bashar al-Assad tinha fugido de Damasco à meia-noite local (21h em Lisboa) para uma base militar russa na Síria, que se chama Hmeimim, com a intenção de voar para a Rússia, informa o portal Axios, citando fontes israelitas e norte-americanas.

Várias teorias sobre paradeiro de Assad

Adensando ainda mais o mistério sobre onde estava Assad, o líder de um observatório britânico para os direitos humanos na Síria (o SHOR) tinha indicado que um (outro) avião que se acreditava transportar Assad “deixou a Síria através do aeroporto internacional de Damasco antes de as forças de segurança do exército abandonarem” as instalações. Rami Abdul Rahman, da SHOR, disse ter informações de que o avião deveria levantar voo às 22h00 (20h00 GMT) de sábado.

Porém, o site Flightradar24 não registou qualquer partida a essa hora, embora um avião de passageiros Airbus A320 da Cham Wings Airlines tenha partido por volta das 00h56 de domingo com destino a Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos (Emirados Árabes Unidos).

Esse avião aterrou em Sharjah na hora prevista. Mas um conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos disse aos jornalistas no Bahrein que não sabia se Assad estava nos Emirados Árabes Unidos.

Foi depois disso que surgiu a informação do que se admite que possa ter transportado Bashar al-Assad e que se tenha despenhado. Esse era um avião de carga sírio (Ilyushin Il-76T) que saiu do aeroporto às 3h59 locais sem informação sobre o destino.

O sinal de radar do avião foi perdido por volta das 4h39, quando se encontrava a cerca de 13 quilómetros a oeste de Homs, outra cidade tomada no sábado pelos rebeldes. Voava a uma altitude de 1.625 pés (495 metros).

O Flightradar24 disse numa publicação na rede social X que essa aeronave “era antiga e equipada com uma geração de transponder mais antiga, pelo que alguns dados podem estar corrompidos ou em falta”. Além disso, estava “a voar numa área de bloqueio de GPS, pelo que alguns dados podem não ser corretos”. Não há registos de qualquer queda de avião naquela zona.

Para Trump, Presidente-eleito nos EUA, não tinha dúvidas: Assad já saiu do país e fê-lo porque “o seu protetor, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, já não o queria proteger”. Também o regime de Putin confirmou que Assad já não está no país mas não deu mais informações sobre o seu paradeiro.

A última aparição pública de Assad foi na última semana, quando recebeu em Damasco o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão. Nesse dia, o Presidente deposto jurava que iria “esmagar” os rebeldes sírios que tinham começado a investida contra o seu regime.

Vários jornais internacionais estão desde sexta-feira a noticiar que a família de Bashar al-Assad já voou para a Rússia há vários dias.

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