Donald Trump disse que foram feitos “pequenos progressos” para acabar com a guerra na Ucrânia e mostrou-se disponível para discutir soluções com Putin e Zelensky, líderes russo e ucraniano, respetivamente. Numa conferência de imprensa que durou mais de uma hora, em Mar-a-Lago, o Presidente eleito norte-americano afirmou, por várias vezes, o seu compromisso em colocar um ponto final no conflito.
Indicando que a “única coisa que pára uma bala é um corpo”, Donald Trump disse que o “número de soldados mortos, nos dois lados [ucraniano e russo], é astronómico”. E avançou que “o que está a acontecer é muito pior do que as pessoas relatam, de ambos os lados”. “Por isso, vamos fazer o nosso melhor, temos feito o nosso melhor, e veremos o que acontece”, acrescentou, alegando que não existiam guerras quando deixou a presidência norte-americana pela primeira vez, em 2020.
Em declarações aos jornalistas, após reafirmar que o número de mortos na guerra da Ucrânia é “muito maior” do que o publicamente revelado, Trump revelou que não convidou Zelensky para a sua tomada de posse, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. Ainda assim, garantiu que se o líder ucraniano quiser estar presente será bem-vindo: “Se quiser vir, gostaria de o receber.”
O empresário republicano disse também que tanto Zelensky como Putin devem preparar-se para chegar a um acordo para acabar com o conflito, uma vez que “demasiadas pessoas estão a ser mortas”. De seguida, Trump repetiu o que tem dito várias vezes — “Putin nunca teria entrado [na Ucrânia] se eu ainda fosse Presidente.”
Estão a ser mortas na guerra da Ucrânia muito mais pessoas do que está a ser reportado. E isso inclui soldados. É uma carnificina que não vemos desde a Segunda Guerra [Mundial]”, disse.
Por outro lado, Trump voltou a recusar-se a revelar se falou com o Presidente da Rússia desde que venceu as eleições, uma posição que já tinha adotado durante uma entrevista à revista Time. O Kremlin negou, segundo o The New York Times, uma notícia que dava conta de que os dois líderes tinham conversado.
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Quanto ao conflito entre Israel e o Hamas, o Presidente eleito dos EUA não deu tantos detalhes e disse apenas que está focado na libertação dos reféns, que estão nas mãos do Hamas há mais de um ano. Questionado pelos jornalistas acerca da Síria, que recentemente viu cair o regime de Bashar al-Assad, Trump defendeu que a Turquia e o Presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, são responsáveis pela ofensiva rebelde — uma “tomada de poder hostil”.
Durante mais de uma hora, em que falou sobre os drones avistados em Nova Jérsia e disse ter um “carinho especial” pelo TikTok (rede social que poderá ser proibida nos EUA já no próximo dia 19 de janeiro), Donald Trump teve ainda tempo para falar sobre as reuniões que tem tido com empresários, como Tim Cook, CEO da Apple, ou Sundar Pichai, CEO da Google.
Nesse sentido, comentou a diferença que sente entre a forma como foi tratado no primeiro mandato e como está a ser tratado agora, prestes a regressar à presidência norte-americana. “No primeiro mandato, todos estavam a lutar contra mim; agora, todos querem ser meus amigos. Não sei… a minha personalidade mudou ou algo do género”, ironizou.
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Já sobre Luigi Mangione, principal suspeito da morte do CEO da UnitedHealthcare, Trump mostrou não entender o apoio que o jovem de 26 anos tem recolhido entre utilizadores nas redes sociais. “Acho que é realmente terrível que algumas pessoas o admirem, gostem dele”, afirmou, descrevendo um assassinato “horrível” e a “sangue frio”.
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Minutos antes da conferência de imprensa, Donald Trump anunciou que o grupo japonês SoftBank vai investir 100 mil milhões de dólares (mais de 95 mil milhões de euros) nos EUA nos próximos quatro anos, com o objetivo de criar, no mínimo, 100 mil empregos. “Este investimento histórico é uma demonstração monumental de confiança no futuro da América e vai ajudar a assegurar que a inteligência artificial, as tecnologias emergentes e outras indústrias do futuro são criadas e crescem aqui mesmo, nos EUA”, afirmou o Presidente eleito dos EUA.
Segundo Trump, Masayoshi Son, CEO do SoftBank, comprometeu-se com o investimento porque se “sente muito otimista” acerca do futuro dos EUA após as eleições presidenciais, que se realizaram em novembro.