Na madrugada do dia 1 de janeiro, três adolescentes regressavam a casa depois de festejarem a Passagem de Ano, em Atkinson, no Estado norte-americano do Maine, quando viram uma casa a arder. Ligaram para o número de emergência a reportar o caso, mas não ficaram à espera da ajuda dos profissionais.

“Eu disse ‘Temos de ir lá dentro, rápido’. Batemos à porta e nada”, contou Colby Simmons à televisão local wabi.tv. “Tivemos de abrir a porta e de os acordar. Eles não faziam ideia que a casa deles estava em chamas. Vestiram-se e nós conseguimos tirá-los de lá”, detalhou o jovem de 16 anos.

O trio de menores de idade, completado por Robert e Kaled Weymouth, de 16 e 14 anos respetivamente, lembrou o momento em que o celeiro adjacente à casa colapsou, após ter sido consumido pelas chamas. Enquanto entravam na casa para resgatar os dois desconhecidos, os jovens tiveram de se desviar de pedaços de madeira que caíam. Quando estavam entre as chamas, recordam-se de ouvir o som das botijas de gás.

Foi já depois de terem retirado os moradores que chegaram ao local 12 equipas de bombeiros, de dois condados diferentes do Estado do Maine. Na primeira chamada de emergência dos três adolescentes, às 1h30 do primeiro dia do ano, foi comunicado que o incêndio estava contido à garagem da habitação. Antes de os efetivos chegarem ao local, as chamas já se tinham alastrado ao celeiro que fazia parte da propriedade onde residia casal. Depois, o fogo acabou mesmo por chegar ao edifício residencial de dois andares do qual foram resgatadas as duas pessoas que dormiam.

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As 12 equipas de bombeiros só desmobilizaram do local às 8hoo da manhã, acabando por voltar, às 11hoo, para combater uma reativação das chamas, no sótão. No decurso das operações, apenas um bombeiro sofreu um ferimento ligeiro. “Conseguimos salvar algumas joias, fotos e itens pessoais, mas a maior parte da casa foi perdida”, disse Brian Gaudet, chefe do departamento de bombeiros de Dover-Foxcroft. As autoridades locais disseram que o gabinete do departamento dos bombeiros de Maine ia estar no local, esta quinta-feira, para investigar a causa do fogo.

“Muda a nossa abordagem saber que toda a gente está fora do edifício”, disse Gaudet assinalando a importância da ação dos três jovens. O chefe dos bombeiros de Dover-Foxcrott afirma que foi a segunda vez na carreira que se deparou com civis que entraram numa casa com um fogo ativo para salvar pessoas presas lá dentro. “Foi muito heroico. Eu gostava que houvesse mais pessoas no mundo como estes rapazes”, afirmou.

“Podia ter acabado muito mal se ninguém estivesse aqui, porque demorou bastante até que o resto das pessoas chegasse cá”, disse Robert Weymouth. Ao que acrescentou Kaled Weymouth: “Eu também gostaria que alguém fizesse isso por mim, se fosse a minha casa a arder”.