O Presidente da República pediu esta noite aos portugueses que não deixem de votar nas eleições europeias de amanhã, domingo, mostrando-se consciente dos riscos de que a abstenção pode voltar a atingir níveis muito altos: “Estou bem ciente de que, no passado, já se registaram elevados níveis de abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu e que as previsões indicam que tal pode voltar a acontecer amanhã.”
Num discurso que pretende cativar os eleitores para o direito de voto, o Presidente evitou qualquer reparo direto aos partidos acerca do modo como decorreram os dias de campanha. Mas deixa no ar um desconforto, com a referência ao discurso em que lhes pediu para falarem de Europa e evitarem conflitos que destruíssem hipóteses de consenso futuras:
“A campanha eleitoral chegou ao fim. Como vos transmiti na minha mensagem de 19 de março, esse foi o tempo em que as diferentes forças políticas tiveram a oportunidade de esclarecer os Portugueses, de forma serena e elevada, com sentido de responsabilidade, sobre os desafios que a Europa irá enfrentar nos próximos anos e sobre o papel que terá o Parlamento Europeu neste momento histórico de enorme importância para todos nós”, anotou apenas Cavaco Silva.
Com olhos postos na participação eleitoral, Cavaco Silva repete argumentos para tentar levar às urnas quem ainda esteja indeciso.
Falando de “uma eleição muito importante para Portugal”, o Presidente lembra que”o Parlamento Europeu é a única instituição europeia com representantes diretamente eleitos”, numa Europa unida que fez muito pela paz e desenvolvimento das populações. No curto discurso transmitido pela RTP, o Presidente recorda os fundos comunitários “que em muito contribuíram para a melhoria das condições de vida das populações e para o progresso do País nos mais diversos domínios – como a educação e a qualificação dos Portugueses ou a modernização das atividades económicas e das infraestruturas nacionais e locais.”
O discurso passa também pelo crescente “impacto” que as decisões europeias têm “no quotidiano dos Portugueses”. E pelo papel cada vez mais importante que os eurodeputados têm na condução da política europeia. “É fundamental, insisto, participarmos ativamente na escolha dos nossos representantes e fazermos ouvir a nossa voz em prol da Europa e de Portugal”, alerta o chefe de Estado, pedindo aos portugueses que cumpram “o desígnio” conquistado no 25 de abril de “votar em eleições livres e democráticas”.
“Sonhámos viver num país mais próximo da Europa, dos seus padrões de bem-estar, dos seus valores de democracia e liberdade. Temos de cumprir esse desígnio”
No fecho da mensagem, ficou o último desafio: Não votar amanhã é abdicar de um direito, do direito fundamental de participar nas escolhas que influenciam o futuro da Europa.”