As europeias de maio de 2024 já mexem. Esta semana, António Costa foi ao baú e recordou que, mesmo quando perderam eleições europeias, os partidos que estavam no Governo não caíram. O “pessimista” Marcelo Rebelo de Sousa não lhe ficou atrás e recordou ao “otimista” Costa que depois da derrota de Cavaco Silva nas europeias de 1994, a “maioria continuou de pé”, mas já estava “morta”. Pelo meio, Luís Montenegro tenta por tudo ser ele a dar o golpe de misericórdia ao PS — se falhar, arrisca-se a ser apeado sem dó, nem piedade.

Dentro de um ano as peças políticas deverão começar a rolar nesse tabuleiro, com as europeias a surgirem entre maio e junho. Por agora, instalado numa sala do palacete de São Bento, durante a entrevista à RTP, António Costa vai misturando cargos e desejando que o PS ganhe esse combate eleitoral. “Não sei se como primeiro-ministro posso dizer isto, mas espero que o meu partido ganhe“. O socialista afirmou-o para negar qualquer tentativa de baixar expectativas, já que imediatamente antes tinha falado na raridade que é ser o partido no poder a ganhar Europeias.

Não foram três, como Costa disse, mas sim quatro as vezes em que isso aconteceu (1987, 89, 99 e 2014). De qualquer forma, a memória tinha um objetivo muito prático para o PS: avisar o Presidente da República que nessa noite não haverá nenhuma conclusão a tirar. “Está a dizer a Marcelo que não depende dela a convocação de eleições”, atira um socialista em conversa com o Observador. “Não é por causa de um mau resultado que se vai dissolver a Assembleia da República, era o que faltava”, acrescenta um deputado.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.