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Kimmy Simões/Observador

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Viagem na locomotiva do CDS. "Esta Linha do Oeste está péssima, ainda bem que ela veio ver”

O CDS viajou nos comboios de norte a sul. Ouviu queixas, criticou o Governo e anunciou que vai chamar o ministro ao Parlamento. Um dos centristas até foi apanhado pelas supressões da CP.

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Cristas. De sul para norte

Na estação das Caldas da Rainha os passageiros não precisam de andar às cotoveladas para encontrarem espaço para se sentarem nos bancos existentes ao longo da gare. São suficientes para a quantidade de pessoas que esperam entrar no próximo comboio. A grande maioria apresenta-se com uma vestimenta semelhante: t-shirts largas e frescas, calções – alguns de banho -, chinelos, óculos de sol e um chapéu aqui e ali. Estamos no pico do verão, numa das zonas costeiras mais concorridas do país, mas a afluência é bem menor do que aquela que se costuma observar noutras linhas ferroviárias. O estado degradado do edifício ou do comboio que chega pontual – às 11h51 – podem ser um dos motivos para o aparente pouco sucesso deste meio de transporte nesta cidade. 

No meio dos passageiros veraneantes, surge Assunção Cristas seguida de uma pequena comitiva que vai distribuindo panfletos. É mais uma ação de pré-campanha do CDS nos comboios da CP. Ao mesmo tempo que a líder centrista se prepara para encetar uma viagem de três horas até Coimbra B, com direito a transbordo pelo meio, vários dirigentes do partido entram também noutras carruagens em diferentes pontos do país. Todos juntos, querem pôr à prova a eficiência do serviço de transporte ferroviário público. No fundo, vão verificar se as sucessivas queixas que lhes têm chegado se adequam à realidade ou não. Nos papéis que vão sendo distribuídos pelo staff de Assunção Cristas podem ler-se algumas queixas transformadas em frases-chavão – ou será ao contrário?: “Investimento público mais baixo de sempre”, “pior execução” ou “desperdício de fundos comunitários” são algumas das frases mais gritantes do flyer.

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Ignorando os olhares indiscretos e os telemóveis que timidamente se erguem entre os passageiros já sentados, Assunção Cristas vai acenando com descontração enquanto procura um lugar para se acomodar. Senta-se atrás de uma passageira que viaja sozinha para poucos segundos depois meter conversa com ela. As queixas não trazem novidades: degradação dos comboios, atrasos, supressão de viagens e falta de comodidade. O comboio chegou pontual mas ainda não arrancou. Enquanto continua parado na estação, Cristas ouve pacientemente as queixas da senhora. Descontraída, cotovelo apoiado no recosto do assento da frente, parece seguir atentamente o que a habitual passageira da linha do Oeste tem para lhe contar.

Os passageiros surpreendem-se quando veem a líder dos democratas-cristãos a andar pelos corredores. Os gestos resolutos e os sorrisos tantas vezes ensaiados são suficientes para estabelecer a empatia necessária com aquelas pessoas que não estão habituadas a ver políticos de primeira linha por estas paragens.

A locomotiva ainda não arrancou mas os planos que a líder do CDS trazia são para levar avante. “Vamos distribuir já uns papéis?”, sugere ao assessor. Depois de conferenciarem em surdina, munem-se de panfletos e levantam-se para começar uma caminhada de carruagem em carruagem para distribuir os “papéis”. Nenhum dos vagões está muito lotado, nos mais concorridos a ocupação não deve chegar a metade.

Os passageiros surpreendem-se quando veem a líder dos democratas-cristãos a andar pelos corredores. Os gestos resolutos e os sorrisos tantas vezes ensaiados são suficientes para estabelecer a empatia necessária com as pessoas que não estão habituadas a ver políticos de primeira linha por estas paragens. “Aqui tem um papel do CDS. Andamos nos comboios de todo o país para denunciar a falta de investimento deste Governo”, ia repetindo a líder centrista de cada vez que estendia o braço para entregar o flyer típico de campanha.  Quinze minutos depois do previsto, o comboio deixa o cais. 

Cristas viajou entre as Caldas da Rainha e Coimbra para denunciar estado da ferrovia em Portugal (KIMMY SIMÕES / OBSERVADOR)

Kimmy Simões/Observador

“Isso é sobre quê?”, questiona uma passageira que não aceitou o panfleto mas que não conseguiu esconder a curiosidade. A sua amiga, que não o recusou, responde-lhe: “é sobre os problemas da ferrovia”. A passageira inicialmente desinteressada dá seguimento à conversa.  Em resposta, a rapariga que aceitou o papel desvaloriza: “está a fazer o trabalho dela”. Um encolher de ombros de parte a parte encerra ali a conversa. Seguimos viagem.

Linha do Algarve ou do Oeste?

É apenas a meio do percurso que Assunção Cristas para junto da imagem que se encontra por cima de todas as portas. À distância não parece haver nada de errado: o desenho de uma linha reta, que corresponde à ferrovia, interrompida com vários círculos, que representam as estações e apeadeiros do trajeto. Mas um olhar mais atento permite detetar um erro. Aquele grafismo diz respeito à linha do Algarve e não à do Oeste. Ou seja, os comboios que circulam naqueles carris destinos vieram emprestados do Algarve. “Em vez de sairmos em São Martinho do Porto para irmos à praia ainda vamos sair em Montegordo ou em Cacela”, brinca a líder centrista.

Despediram-se e enquanto se dirigiam para a porta, uma das senhoras soltou um inocente “obrigado, sra. ministra”. Assunção Cristas não terá ouvido, a julgar pela ausência de reação, mas a companheira de viagem sim, que enquanto olhava por cima do ombro para confirmar que o agradecimento tinha passado despercebido ia fazendo à sua amiga a atualização do CV da sucessora de Paulo Portas.

A campanha no interior do comboio não continua muito tempo. A máquina não é longa e os passageiros não são muitos. A maioria deixa o comboio 12 minutos depois da partida em São Martinho do Porto, para ir à praia. Nesse curto espaço de tempo, Cristas mantém um diálogo com duas senhoras que fazem questão de travar a caminhada da presidente do CDS. Depois de uma primeira troca de frases impercetível, começada entre abraços e beijinhos, uma das passageiras coloca o dedo na ferida:

– “Esta é uma linha que é muito importante… Não pode estar assim. Ainda por cima as praias de São Martinho são muito boas”
– “E agora têm menos comboios do que tinham, não é?” – interrogou Cristas.
– “Sim, estamos sujeitos a isso…”
– “Ainda no outro dia falhou um comboio e teve de ir uma camioneta buscar-nos” – interrompe a amiga, que denunciava alguma vontade de falar desde o início. “Éramos cem pessoas num autocarro, muitas tiveram de ir de pé”
– “E é uma linha que atrai muitos turistas” – continuou, imperturbável, a primeira – “Por causa de Óbidos e das praias”.
– “No outro dia…” – nova interrupção – “a minha irmã vira-se para mim e diz-me assim: ‘olha lá, tenho estado aqui a pensar, e quando o Partido Socialista está no poder piora aqui o serviço dos comboios’. E realmente é verdade.”
– “Pois! Eles fala muito, falam muito, mas fazem pouco” – responde a líder do CDS, que até então seguira a conversa entre as duas passageiras como se de um jogo de ténis se tratasse.
– “A minha irmã disse-me isto e de facto tem muito a ver com política!”
– “Pois tem!” – afirma Cristas – “Tem muito a ver com prioridades. Esta linha tem um potencial incrível, mas se não tem horários, se não tem regularidade de comboios, se têm de voltar de autocarro em vez de comboio…”
– “Sim, sim… Ia tudo em pé, houve uma senhora que até teve de ir sozinha de táxi…” – conta a primeira.

Assunção Cristas ouviu várias queixas dos passageiros da Linha do Oeste (KIMMY SIMÕES / OBSERVADOR)

O diálogo não se estendeu porque as passageiras tinham chegado ao seu destino. Despediram-se e enquanto se dirigiam para a porta, uma das senhoras soltou um inocente “obrigado, sra. ministra”. Assunção Cristas não terá ouvido, a julgar pela ausência de reação, mas a companheira de viagem sim, que enquanto olhava por cima do ombro para confirmar que o agradecimento tinha passado despercebido ia fazendo à sua amiga a atualização do CV da sucessora de Paulo Portas.

Seguiu-se uma hora de viagem pacata. Assunção Cristas aproveitou para pôr as notícias em dia, lendo todos os jornais diários nacionais. Foi apenas quando se deu o transbordo que a campanha do CDS voltou a ganhar novo ânimo.

“Não há nada como ir ao terreno”

A grande parte dos passageiros que ainda seguia saiu para entrar em outro comboio que os esperava. O transbordo dá-se em poucos minutos na estação de Amieiro. Ainda falta meia-hora de viagem. É um novo comboio, mais moderno e “sem grafittis nas janelas”, nota a líder do CDS, o que permite ver a paisagem antes impedida pelas tinta dos rabiscos. E recomeça a distribuição de panfletos e as conversas com passageiros.

A comitiva de Cristas é agora ligeiramente mais musculada. Entre as 11h51 e as 14h00 foram entrando voluntários para ajudar nesta iniciativa centrista. As frases refletem-se, assim como as reações. Depois de uma caminhada no interior de três carruagens, a líder do CDS decide sentar-se ao lado de um jovem que tinha acabado de entrar em Varride. Tímido e intimidado, soltou algumas frases sobre o estado dos comboios da CP, quase sempre concordando com o que ia dizendo Assunção Cristas.

Já no cais, a líder do CDS falou aos jornalistas denunciado diversas falhas na ferrovia portuguesa e dando voz a algumas das queixas que tinha ouvido durante as três horas anteriores. E reservou um anúncio para essa declaração: o CDS quer ouvir o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas no Parlamento na próxima semana devido aos problemas sentidos - e hoje na pele - por quem usa a CP.

Depois de uma segunda ronda de distribuição de cartazes, estava terminada a ação naquele comboio. Aparentemente satisfeita, Assunção Cristas comentou com o assessor os benefícios da iniciativa. “Já viu? De facto não há nada como ir ao terreno. É que nós vamos ouvindo as queixas e lendo as notícias, sabemos que correspondem à realidade… Mas isto, estar aqui, é a prova de que não há nada como ir ao terreno”. Cinco minutos depois do desabafo, a voz robótica anunciava aquilo que as câmaras em riste no exterior do comboio já denunciava: “Próxima paragem: Coimbra-B”. Para Assunção Cristas e o seu staff, o destino final.

Assunção Cristas foi passageira da CP por um dia (KIMMY SIMÕES / OBSERVADOR)

Kimmy Simões/Observador

Já no cais, a líder do CDS falou aos jornalistas denunciado diversas falhas na ferrovia portuguesa e dando voz a algumas das queixas que tinha ouvido durante as três horas anteriores. E reservou um anúncio para essa declaração: o CDS quer ouvir o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas no Parlamento na próxima semana devido aos problemas sentidos – e hoje na pele – por quem usa a CP.

CDS chama ministro do Planeamento ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre estado da ferrovia

Nuno Melo. De norte para sul

A viagem começou bem cedo para Nuno Melo. Às 7h18, o eurodeputado centrista, na companhia de Pedro Mota Soares, segundo nome do CDS para as eleições europeias de 2019, e Pedro Morais Soares, presidente da Junta de Freguesia Cascais e Estoril e secretário-geral do CDS-PP, apanhou o regional de Viana do Castelo até Nine e de Nine para Campanhã, (este último “completamente cheio”). É o arranque da ação que mobilizou o CDS de norte a sul do país na denúncia “da situação caótica da ferrovia em Portugal”. A escolha de Viana nada teve a ver com as festas da Senhora da Agonia, que por acaso juntaram os ministros Tiago Brandão Rodrigues (Educação), João Matos Fernandes (Ambiente) e Luís Castro Mendes (Cultura) na construção dos tradicionais tapetes de flores e de sal na zona ribeirinha. “Podíamos ter começado em Valença, mas escolhemos Viana do Castelo.” O importante, destacou Nuno Melo – que interrompeu as suas férias em Caminha para marcar presença nesta ação – era partir do Alto Minho e incluir esta zona na iniciativa nacional que mobilizou “mais de uma centena de dirigentes nacionais, locais, deputados da Assembleia da República”.

Nuno Melo esteve sempre ladeado por Pedro Mota Soares, número 3 nas listas do CDS às europeias (SÉRGIO ALMEIDA/ CDS-PP)

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Mas talvez Viana não tenha sido uma escolha assim tão inocente. Uma das bandeiras do CDS em relação à gestão da CP tem sido a defesa da concessão de determinados serviços a privados, à semelhança do que aconteceu com os estaleiros navais. “Hoje os estaleiros estão bem geridos, depois de terem sido concessionados pelo anterior governo. E até há bem pouco tempo dizia-se que iam encerrar” – lembra-se da coroa de flores?, pergunta antes de passar os olhos pelo painel da estação de Campanhã, com alguns dos comboios a apresentarem o aviso nova hora, “parece que estamos a ver aviões”.

Não estamos a voar, mas é possível que entre o café da manhã e a merenda mista para a viagem alguém tenha ficado com a cabeça nas nuvens e se tenha esquecido dos panfletos. “Onde estão?”, pergunta Nuno Melo já com um pé na plataforma. Entreolham-se todos e chegam à conclusão de que o mais provável é terem ficado pousados na mesa do café.

Não estamos a voar, mas é possível que entre o café da manhã e a merenda mista para a viagem alguém tenha ficado com a cabeça nas nuvens e se tenha esquecido dos panfletos. “Onde estão?”, pergunta Nuno Melo já com um pé na plataforma. Entreolham-se e chegam à conclusão de que o mais provável é terem ficado pousados na mesa do café. Pedro Morais Soares vai conferir e, poucos minutos depois, chega com um molho deles nas mãos. “Investimento público mais baixo de sempre na ferrovia em Portugal”,  lê-se no título. “O senhor do café já estava a dar folhetos a toda a gente”.

A espera durou pouco, o suficiente para distribuir mais uns panfletos, meter conversa com uns turistas franceses – “are you enjoying Portugal?” – e passar os olhos pelo Facebook, onde as queixas de simpatizantes e não simpatizantes do CDS se iam acumulando, à medida que a marcha foi ganhando força nas redes sociais. Falta de segurança em algumas estações, abandonadas e sem casa de banho, foi um dos tópicos mais repetidos, ao vivo e no Messenger. Outros foram os atrasos e as supressões, com Nuno Melo a tirar um print-screen da linha do Alentejo. À frente de Beja, em diferentes horários, repetia-se a mesma palavra: suprimido. “O Governo disse que estas supressões seriam só durante o mês de Agosto”, atalhamos, mas o eurodeputado é cético em assuntos de geringonça: “não acredito em nada que venha deste Governo.” Ponto final na discussão.

João Almeida ficou sem Vouguinha

Mas a queixa mais caricata do dia, surgiu pela voz de João Almeida, apanhado desprevenido por um cancelamento na linha do Vouga: o comboio das 9h da manhã tinha sido cancelado, por falta de gasóleo, o deputado teria de ir de carro até à estação de Espinho. Aumenta o preço da gasolina e prejudica-se a alternativa (o comboio), suspira Pedro Mota Soares, mais uma vez as palavras “conservação” e “manutenção” são repetidas por Nuno Melo, que não compreende como é que o programa Ferrovia 2020 está com uma taxa de execução de apenas 15%.

Viagem de Nuno Melo começou bem cedo: às 7h18 da manhã (SÉRGIO ALMEIDA/ CDS-PP)

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De mansinho, quase sem darmos conta, aparece o intercidades na linha 8, quinze minutos antes da hora de partida. Um sinal aparentemente positivo, “parece que este não vai atrasar”, mas atrasou. Oito minutos foi o tempo que ficámos parados na plataforma, com o Estádio do Dragão ao fundo, em dia de jogo do Benfica. Aqui, e só aqui, todos vestem de vermelho, exceto Pedro Morais Soares, hoje – brinca – adepto do PAOK: “cheguei a jogar com o Varela (Fernando Varela)”, na altura o jogador cabo-verdiano jogava na Associação Torre e o secretário geral do CDS no Estoril-Praia. Continuam a jogar em campos diferentes, um no futebol outro na política, mas a amizade não se perdeu no tempo.

Mas a queixa mais caricata do dia, coincidência ou não, surgiu pela voz de João Almeida, apanhado desprevenido com um cancelamento na linha do Vouga: o comboio das 9h da manhã tinha sido cancelado, por falta de gasóleo, o deputado teria de ir de carro até à estação de Espinho.

Voltando à Europa, não dos milhões da champions mas a das bitolas, Nuno Melo falou da liberalização do mercado ferroviário, apontada para 2020, e como essa situação deve ser gerida com cautela. Existem “dificuldades reais, como o facto de Portugal ser dos países com a dívida mais alta da UE” e por isso é preciso atuar com ponderação. A bitola ibérica não deve ser ignorada por Bruxelas, “Portugal não pode ficar numa ilha” e a liberalização deve ser aplicada com realismo e com tempo.

A caricatura de uma ação

Espinho chegou com a conversa ainda a rolar na Europa – e aqui entrou João Almeida com uma comitiva numerosa atrás dele. Eram quase 20, com os beijinhos e abraços entre os recém-chegados e os viajantes do Norte, o corredor da carruagem 17 passou por uma momentânea situação de trânsito condicionado, “o melhor seria irmos todos para o bar”, na outra ponta do comboio. O passeio serviu para distribuir mais panfletos, algumas pessoas disseram que não, outras olharam para “a pior execução e desperdício de fundos comunitários! É para isto que existem as esquerdas unidas?” e dobraram o papel, guardaram-no na carteira, no bolso do casaco ou no meio do jornal.

Panfleto distribuído pelo CDS em vários comboios da CP ao longo desta terça-feira (SÉRGIO ALMEIDA/ CDS-PP)

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Um dos jornais do dia, na sua tirada de humor, foi à boleia da ação do CDS para brincar com a situação. Elias, o sem abrigo sempre atento à atualidade, comentava que a pré-campanha do CDS para as europeias tinha tudo para correr mal: “ou ficam em terra ou chegam sempre atrasados…”.  Valeu risada geral da comitiva.

Enfim no bar, já com espaço para o convívio, a presença do CDS não passou despercebida a Fernanda Ferreira, guarda de passagem de linha que estava a regressar a casa depois de mais um turno de oito horas noturnas na linha do Vouga. “Ando aqui há 37 anos”, queixa-se das parcas condições de trabalho – “ganho o salário mínimo, estou o tempo todo dentro de uma caixa de madeira sem ar condicionado” – e responde com um “é normal” quando questionada sobre os cancelamentos, “muitas vezes é o autocarro que faz o serviço da automotora”.

No meio da tempestade, lá encontra um sinal de bonança: “ao menos já me devolveram o passe vitalício”, referindo-se à suspensão em 2013 dos benefícios atribuídos aos ferroviários e seus familiares, e que foram repostos em 2016 pelo governo de António Costa.

O fim de viagem aproxima-se, hora em que Pedro Mota Soares deixa claro que “um voto dado ao CDS não é para viabilizar um governo do partido socialista. O Orçamento de Estado é da responsabilidade do PS e é com os partidos à esquerda que os socialistas têm de chegar a acordo”. Fica ainda a garantia que os centristas vão para a Europa para tentar dobrar os resultados de 2014.

O fim de viagem aproxima-se, hora em que Pedro Mota Soares deixa claro que “um voto dado ao CDS não é para viabilizar um Governo do partido socialista. O Orçamento de Estado é da responsabilidade do PS e é com os partidos à esquerda que os socialistas têm de chegar a acordo”. Fica ainda a garantia que os centristas vão para a Europa para tentar dobrar os resultados de 2014. Dois eurodeputados é o objetivo. Até lá, Nuno Melo vai querer marcar a agenda com temas europeus sensíveis à realidade das pessoas, “como este dos comboios.” A viagem chega ao fim, não tarda os comboios de Cristas e Melo juntam-se na plataforma, hora de balanço e de chamar o ministro ao Parlamento.

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