O festival de música Rock in Rio começou no passado dia 13 de setembro e terminou este fim de semana. E, apesar dos concertos que contaram com milhares de espectadores, foi também marcado por diferentes polémicas. Uma delas diz respeito ao uso dado ao altar-palco construído de propósito para a Jornada Mundial da Juventude o ano passado. “Está a servir de sombra para as casas de banho do festival. Custou 4 milhões de euros aos contribuintes. A organização do RiR chegou à conclusão que o altar-palco não é adequado para concertos”. Trata-se, no entanto, de uma publicação enganadora.

Aquela estrutura que serviu para receber o Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude do ano passado fez correr muita tinta. Especialmente por causa do seu preço que se fixou, já na parte final, nos cerca de 2,9 milhões de euros. No entanto, e tal como assegurado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esta estrutura serviria para outros eventos num futuro próximo.

Segundo várias publicações nas redes sociais, o altar-palco foi, de facto, utilizado no evento musical, mas apenas para as casas de banho do festival organizado por Roberta Medina, que foi transferido para próximo do Rio Trancão, tendo deixado o Parque da Bela Vista, onde decorreu o ano passado e em edições anteriores. A questão é que, olhando só para a publicação que o Observador está verificar, não se pode dizer que o altar-palco tenha estado a servir para “fazer sombras em casas de banho”. A imagem não é propriamente clara em relação à alegação que faz.

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O Observador contactou a organização do festival que esclareceu que a também chamada “pala” do Parque Tejo foi escolhida para acolher o All Experience, “um movimento de jovens para jovens por um mundo melhor que se materializa numa experiência imersiva e sensorial”, feita em parceria com o Centro Regional de Informação das Nações Unidas.

É importante referir que nas imediações do All Experience localizam-se áreas de alimentação e casas de banho, “como existem em todo o recinto”. No entanto, estas áreas não estão localizadas por debaixo da pala. Por outro lado, fica confirmado que, de facto, o altar-palco não serve para concertos. Ou, pelo menos, esse é o entendimento do Rock in Rio. “Essa estrutura não reúne as condições necessárias para ser um palco do festival, capaz de receber os espetáculos produzidos para o evento, mas foi intenção da organização integrá-la como uma das áreas de destaque e experiência de público na Cidade do Rock”, garantiram ao Observador.

Consultando o mapa do festival, é possível ver que, debaixo do altar-palco estão, pelo menos, dois sítios por onde o público pode passar: o tal All Experience e casas de banho portáteis. Portanto, sim, esta estrutura está a servir para as pessoas irem a uma parte das casas de banho do festival mas não serve unicamente para isso.

Conclusão

Não é totalmente verdade dizer-se que o altar-palco, construído de propósito para as Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa, que decorreram o ano passado, está agora a ser usado como casa de banho no festival Rock in Rio. A organização daquele evento musical esclareceu ao Observador que lá estão localizadas casas de banho portáteis bem como uma das secções paralelas da chamada Cidade do Rock, o All Experience.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ENGANADOR

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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