Quando o espaço em terra começou a ficar curto, e quando os constrangimentos da aposta na energia eólica começaram a provocar reações negativas mais percetíveis por parte da população, a Dinamarca tomou uma decisão: avançar mar adentro. |
Se pensarmos num mapa da aposta na transição enérgica, o país surge, hoje, como um dos principais pontos de referência a nível mundial. O salto que a Dinamarca deu em matéria de produção de energia renovável (a eólica, em concreto) traduz-se num número concreto: 55% da energia consumida tem origem no vento. |
É um número que serve de exemplo a outros países, e Portugal ambiciona vir a seguir esse mesmo caminho num futuro próximo. Com uma capacidade já expressiva de produção eólica em terra, o plano do Governo é avançar este ano com o primeiro concurso para a exploração das turbinas no alto mar e o lançamento das bases em terra para uma fileira industrial da nova geração de super-eólicas — precisamente a área em que os dinamarqueses se afirmaram como uma referência mundial. |
Para cumprir a objetivo de produzir energia verde, o partido no Governo e as principais forças políticas na oposição em Copenhaga sentaram-se à mesa e chegaram a um entendimento alargado em torno da política energética no país. Dessa forma, a aposta na eólica em alto mar fica blindada e protegida de oscilações partidárias. E essa, como explica a Ana Suspiro num artigo sobre este tema, é a primeira lição a reter da experiência dinamarquesa. |
Copos reutilizáveis = festivais mais “verdes”? |
O verão vai a meio. E, por isso, também a meio vai a época de festivais que juntam sempre milhares de pessoas que, além de música, consomem — em grande quantidade e a um ritmo acelerado — largas quantidades de líquidos. E se, até 2016, as dezenas de milhares de copos de plástico espalhados pelos espaços destes eventos eram a imagem de marca lateral, isso começou a mudar com a introdução dos copos reutilizáveis. |
O conceito por detrás dessa inovação era relativamente simples: em vez de receberem um copo de cada vez que se dirigiam a um qualquer balcão para comprar uma bebida, os festivaleiros passaram a pagar uma quantia na primeira compra e, em troca, recebiam um copo que poderiam utilizar toda a noite. No final, era devolvido o valor pago pelo recipiente. |
O conceito, simples, evoluiu. E esse valor devolvido no final da noite deixou de regressar ao bolso do consumidor. Apesar disso — e ainda que a mudança inicial tenha contribuído para festivais mais “limpos” —, há dúvidas sobre se o grande argumento de partida é válido: os copos reutilizáveis são mesmo mais amigos do ambiente? A Joana Moreira foi olhar de perto para esta realidade e dá-lhes respostas para esta pergunta neste artigo. |