Muitos mistérios se espalham ao redor do mundo: como foram construídos os bustos da Ilha de Páscoa? Atlântida é um mito ou foi realidade? E o monstro do Lago Ness, já existiu? Como foram feitas as linhas de Nazca? Precisamos temer o ET de Varginha? Onde foi parar a tripulação do navio Mary Celeste? Qual o segredo do Triângulo das Bermudas?

Todavia, nenhum desses mistérios é tão presente nos nossos cotidianos quanto a misteriosíssima relação que existe entre os homens e o cesto da roupa suja. Ou melhor: quanto a relação que, frequentemente, NÃO EXISTE entre os homens e este simples e bem intencionado objeto, presente em nossas casas.

Pelo que pude pesquisar, há diversos tipos de comportamento, no que tange a esta temática. Temos, por exemplo, os homens que tiram a roupa num determinado local da casa e é ali mesmo que a roupa permanece. Do jeito que a calça cai no chão, ela fica. Por dias, meses, anos, até virar fóssil. Não interessa quem vá tropeçar nas roupas, tampouco quem vá ter que se abaixar para removê-las dali. Este é um tipo de homem que, em tese, nem sabe da existência de um cesto de roupa suja na casa. Nunca nem viu.

Há um outro tipo, que até sabe que há um cesto onde teoricamente ele deveria colocar as peças que precisam ser lavadas. Mas existe uma certa incapacidade para levantar a tampa do cesto — que alguns médicos afirmam ser um problema de ordem motora — e portanto, esses homens deixam suas lindas peças de roupa ao lado do cesto, no chão. Meias, cuecas, camisas. Tudo fica na base do cesto, como se fossem belos presentes enfeitando a base da árvore de natal.

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Outra espécie registrada é a dos homens que, frustrados por não terem se tornado jogadores da NBA, mas sim bancários, acadêmicos, vendedores, advogados ou operadores do mercado financeiro, arremessam suas peças de roupa à distância, tentando acertá-las, sem muito esforço, dentro do cesto. Observando os resultados dos arremessos, podemos facilmente compreender o porquê dos Los Angeles Lakers e dos Golden State Warriors nunca terem feito uma proposta de contratação.

Também há um tipo, bastante raro, porém existente, que são os homens que até pretendem colocar suas roupas dentro do cesto, todavia, eles não têm a capacidade de colocar a roupa inteira ali, e acabam deixando as mangas das camisas e as pernas das calças penduradas para fora, nos dando a sensação de que há um morto vivo vivendo no cesto e que ele pode sair dali para nos assombrar a qualquer momento.

Mas, sim, há alguns raríssimos homens abençoados, lindos, iluminados e bem educados que fazem esse ato de grandeza, que é simplesmente colocar a roupa toda dentro do cesto da roupa suja. Coisa maravilhosa. Não vamos comentar que, frequentemente, a roupa não está suja, mas que eles têm preguiça de analisá-la e de, eventualmente, ter que guardar de volta no armário. Também não vamos comentar que muitas vezes a roupa é colocada dentro do cesto completamente ensopada de suor, embolada, sem qualquer tipo de preocupação com o nefasto cheiro que impregnará o cômodo inteiro até o dia da próxima lavagem da roupa suja. Deixemos isso pra lá.

Enfim, toda essa complexa relação é realmente um grande mistério que a ciência deveria estudar com afinco. Mas enquanto não divulgam nenhum laudo acerca do tema, seguimos na luta, tentando educar as crianças a colocar lixo no lixo e a colocar a roupa suja no cesto da roupa suja. Afinal, alguém de nós tem que fazer esse trabalho imundo, não é mesmo? Coragem.