Costuma-se dizer ‘no news, good news’. Com efeito, uma viagem aérea, que corre bem, não merece a atenção jornalística, mas um avião que se despenha é, obviamente, matéria de interesse mediático. Há omissões que são explicáveis pela irrelevância dos factos, mas também há exclusões que não são inocentes.

Com um sugestivo e provocador título – “Omissão censória” – o Dr. António Bagão Félix escreveu uma corajosa carta à direcção do Público: “Entre as sofisticadas formas censórias de (não) dar notícias, está a omissão. Quando um assunto ou facto não é divulgado, tende a não existir. A ausência no vosso jornal de qualquer alusão à ‘Caminhada pela Vida’, que se realizou no sábado, 23/10, em dez cidades do país é um exemplo dessa inexplicável omissão. Fosse uma jornada pró-eutanásia, pró-aborto ou com meia-dúzia de pessoas numa qualquer iniciativa LGBT, muito provavelmente seria devidamente noticiada, como se verifica amiúde no Público. Enfim ‘critérios democráticos’ de um jornal que se auto-intitula de referência ética e deontológica.”

Infelizmente, a omissão do Público não é a excepção à regra, mas a regra sem excepção: quando se trata de uma iniciativa pró-vida, com a participação de tanta gente jovem (ou, talvez, por isso mesmo…) e a nível nacional, há uma espécie de conspiração do silêncio, como se de certas causas, como a defesa da vida, e instituições, como a Igreja católica, só interessassem as notícias negativas.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.