CEO da ubbu

 

São vários os países europeus que já começaram a preparar as suas sociedades para o século XXI e para a nova revolução industrial em curso, provocada pela massificação e evolução da tecnologia. E essa preparação faz-se a partir do motor do desenvolvimento e evolução social, as escolas. É preparando as nossas crianças para as exigências das profissões do futuro e para as profundas alterações na sociedade que acabaremos por melhorar e desenvolver o nosso país.

É através do potencial reformador da ciência da computação e da programação que podemos alimentar o progresso económico e social. Já se chegou a essa conclusão um pouco por todo o mundo. Exemplo disso foi a carta assinada por mais de 800 líderes empresariais, educacionais ou de ONG’s – entre os quais, Bill Gates, Jeff Bezos ou Tim Cook – apelando a que “todos os estudantes em todas as escolas tenham a oportunidade de aprender ciência da computação”.

Alguns países europeus já adotaram disciplinas de informática e programação de forma obrigatória no ensino básico, sendo que o número de países com este modelo vai crescendo à medida que se avança nas etapas de ensino. Portugal tem, no seu currículo escolar, a programação como um dos quatro eixos da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação, lecionada a partir do 2º ciclo consoante a oferta das escolas. De facto, o Governo tem assinalado, desde 2020, a intenção de fomentar o ensino da computação através de um programa estruturado, a nível nacional. Mas, mais elucidativo, é o facto de, segundo um estudo realizado pela União Europeia sobre o ensino da ciência da computação nas escolas europeias, Portugal não ter qualquer reforma planeada que vá neste sentido, ao contrário de países como Alemanha, Espanha, Áustria, República Checa e Índia entre outros.

Portugal, pela sua reduzida dimensão face a outros países, e devido ao recente esforço de investimento em equipamentos e conectividade, encontra-se numa posição privilegiada para a adoção generalizada deste programa com sucesso – garantindo assim que nos mantemos a par das inovações e das melhores práticas na área da educação.

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Este pode e deve ser o caminho para satisfazer a crescente necessidade de mão de obra especializada na área das tecnologias ou para aumentar o número de mulheres neste setor, reduzindo-se, dessa forma, a diferença salarial que ainda se faz sentir no país. Cultivando o interesse desde cedo nas crianças pela ciência da computação e pela tecnologia, garantimos uma solução a desafios presentes e futuros.

Se formos capazes de otimizar o tempo que as nossas crianças passam a olhar para ecrãs, dando-lhes a oportunidade de desenvolverem novas capacidades ao mesmo tempo que se divertem, e de se tornarem inclusive criadores ao invés de apenas consumidores de conteúdo, todos saem a ganhar. Exemplo disso é a ubbu, que criou uma plataforma que une estas variantes, ensinando crianças entre os 6 e os 12 anos a programar, com um currículo baseado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O feedback recolhido por parte de alunos, pais e professores, no continente e nos Açores, fala por si e são demonstrativos do potencial que está por aproveitar.

Esta é apenas uma das soluções para levarmos as nossas escolas e, principalmente, os nossos alunos em direção ao século XXI. Tudo aponta para que a tecnologia continue a ser uma parte não só integrante, como fulcral, das nossas vidas, tornando-se imperativo que os temas relacionados com a ciência da computação sejam incluídos no currículo escolar.