Em cerca de dois terços dos casos de cancro do pulmão, o diagnóstico é feito em fases avançadas, em que a cirurgia não é uma opção terapêutica. É fundamental lembrar que, quando a deteção acontece numa fase em que ainda não existem sintomas, a doença é potencialmente curável.

De facto, a doença em fases iniciais é, frequentemente, assintomática e quando os sintomas se desenvolvem, geralmente, são leves e inespecíficos, resultando em atraso no diagnóstico, baixas taxas de sobrevivência e um mau prognóstico. As pessoas provavelmente já evoluíram para fases avançadas da doença.

Mesmo deixando de fumar, o risco de desenvolver cancro do pulmão permanece durante vários anos. Por isso, é necessário que mesmo os ex-fumadores tomem precauções. A chave para melhorar os resultados é a detecção precoce, que pode ser feita por pessoas de alto risco, através da realização de uma TAC de baixa dose. Este exame permite detectar o cancro do pulmão em estádios iniciais e reduzir a mortalidade.

O programa de deteção precoce deve ser realizado em centros com tecnologia apropriada e radiologistas experientes na realização e análise dos resultados das TAC de baixa dose, disponibilizando o resultado pouco tempo depois. É uma TAC com menor radiação, rápida, simples – e não necessita de preparação.

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Normalmente, a TAC de baixa dose é repetida a cada 12 meses, a não ser que seja encontrado algum nódulo para o qual é necessário um controlo mais curto, em 6 meses, ou mesmo ter que realizar exames adicionais de diagnóstico.

Os estudos que confirmaram a eficácia da vigilância por realização de TAC de baixa dose selecionaram os participantes com base na idade e na história de tabagismo.

São considerados critérios para realizar um  programa de deteção precoce de cancro do pulmão ter entre os 50 e 80 anos, uma história de tabagismo com consumo de um maço por dia durante 20 anos ou de dois maços por dia durante 10 anos, não apresentar sinais ou sintomas de cancro do pulmão, ser fumador atual ou ter parado de fumar nos últimos 15 anos.

Ter um familiar de primeiro grau com cancro do pulmão aumenta o risco de uma pessoa também desenvolver a doença, chegando a ser 3,5 vezes superior. Se tiver múltiplos membros da família diagnosticados com cancro do pulmão está em risco ainda maior.

No Programa de Detecção Precoce do Cancro do Pulmão da CUF Oncologia, a história familiar de cancro do pulmão é, por si, só, um critério de rastreio sem limitação do tabagismo ou idade.

O rastreio do cancro do pulmão não é uma alternativa à cessação tabágica. É fundamental deixar de fumar para reduzir o risco de cancro do pulmão. A deteção precoce e a cessação tabágica contribuem para o mesmo objetivo, salvar vidas.