Impressionante, este início de ano de 2023 em termos de cerimónias de apresentação de grandes vedetas. Isto só pode ser resultado de uma passagem de ano em que inúmeras passas foram deglutidas enquanto era formulado o desejo de um novo ano repleto de cerimónias de apresentação de grandes vedetas. Tal não foi, no entanto, o meu caso. Optei, antes, por voltar a concentrar os meus doze desejos num único desígnio: o de que as passas deixem, enfim, de ser o snack de eleição para formular desejos para anos vindouros, visto tratar-se de um mirrado, borrachoso e desenxabido aperitivo.

Foquemo-nos, pois, na novidade há muito aguardada por esse mundo fora. A apresentação de quem iria substituir o já saudoso ministro, Pedro Nuno Santos. Mas ainda antes disso, uma breve referência à apresentação de Cristiano Ronaldo no Al Nassr da Arábia Saudita. Porque o aspecto incontornável desta história é a verba astronómica que CR7 irá receber por este contrato: 500 milhões de euros. “Astronómica”, ou, como diria Pedro Nuno Santos, “a maquia que vamos sacar aos contribuintes para pagar, no máximo, seis mesinhos de funcionamento da TAP”.

A verdade é que os tais 500 milhões que o Cristiano irá embolsar, bem vistas as coisas, não são assim tanto. Porque, a partir de agora, CR7 e sua esposa viverão num país muçulmano, muito conservador ao nível da indumentária feminina. E tendo em conta o tipo de vestimenta com que a Georgina costuma apresentar-se, não vai ficar barata a quantidade de metros de tecido que terá de adquirir. É que estamos a falar de quilómetros e quilómetros de trapos. Para mais com esta inflação, no fim de contas sobram para aí 17 euros.

Mas deixemos Cristiano Ronaldo e os milhões que aufere, e concentremo-nos nos novos protagonistas que nos irão aliviar de milhões. Passamos da esperança dos adeptos do Al Nassr, para nos focarmos nas esperanças daqueles que fazem vida do humorismo. Falemos, então, dos substitutos de Pedro Nuno Santos no governo, os pedronunistas João Galamba e Marina Gonçalves. Isto porque António Costa decidiu dividir o Ministério das Infra-estruturas e da Habitação, antes tutelado por Pedro Nuno Santos, em dois ministérios: o das Infra-estruturas, agora pasta de Galamba, e o da Habitação, agora responsabilidade de Marina Gonçalves.

Devo dizer que acho pouco. Para mim, pedronunistas no governo são sempre de menos. Eu teria trocado Pedro Nuno Santos por, pelo menos, quatro pedronunistas. Um ministro das Infra, outro ministro para as Estruturas, uma ministra da Habita, e mais uma ministra só para a Ção. Que até podia ser uma Conceição a quem os colegas de governo tratassem por São, para combinar com a respectiva pasta. Ficava a São da Ção. De certeza que António Costa arranjava para lá alguma São na família.

Entretanto, quem regressou do Brasil, onde teve a honra de ser o primeiro a festejar, com um abraço sentido, a tomada de posse de um corrupto, foi Marcelo Rebelo de Sousa. Que, à chegada, comentou a tomada de posse dos dois novos ministros do governo do PS, sugerindo que o critério de António Costa é “usar a prata da casa”. A sorte deste Costa é incrível, de facto. Como é que o primeiro-ministro conseguiu, no Portugal destes dias, descobrir uma casa em que as pratas não estão já todas no prego? Incrível. Trata-se de um político predestinado, o Costa, não há dúvidas. No caso desta dupla nomeação, predestinado a pregar os últimos pregos no caixão deste país.

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