Jogos Olímpicos, gosta? Tem visionado? Bem giro, aquela pugilista italiana a ser esmurrada por um indivíduo, não achou? Quer dizer, o Comité Olímpico Internacional (COI) garante estarmos na presença não de um pugilista, mas de uma pugilista argelina. Já os, suspeito, brutamontes da Associação Internacional de Boxe (AIB) garantem tratar-se de um homem. Só porque lhe fizeram testes genéticos e ao sangue e assim. Mas o que é que isso prova? Tudo, para lá de qualquer dúvida, em princípio. Mas o COI decidiu borrifar nisso. Daí chamar-se COI e não ORGANISMO COMO DEVE SER.

Ou seja, se a razão estiver do lado da AIB, o Comité Olímpico deu carta branca a um homem para dar umas boas solhas em várias mulheres. Se, pelo contrário, o COI tiver razão, a Associação Internacional de Boxe daria carta branca a uma mulher para, sempre que assim o desejar, entrar num ringue para enfardar valentes enxertos de porrada de homens. Chamem-me conspiracionista, mas tendo a achar esta última hipótese um bocadinho improvável.

Já o primeiro cenário é coisa para não desagradar a tantos e tantos praticantes amadores da clássica violência doméstica. Artistas para quem a profissionalização da disciplina poderia culminar em eventual carreira desportiva, cujo clímax seria o enfardamento de senhoras de todo as nacionalidades num qualquer torneio olímpico de boxe. Para mim, que tenho Vlad, o Empalador, em conta de personagem fascinante, sem dúvida, mas talvez ligeiramente excessiva, era pegar numa daquelas varas do salto com a dita e fazê-la estalar nos costados destes meninos. E tornar isso modalidade olímpica.

Não digo que fosse uma modalidade muito saudável para todos os intervenientes, mas se formos por aí, também o triatlo não é. Basta ver o caso da atleta que engoliu um pirulito no Sena e quase teve o mesmo destino que o Senna. A coitada da triatleta foi para Paris com o sonho de ser número um e agora vai para umas semanas desgraçadas à conta do número dois. Melhor está Portugal. Podemos não trazer praticamente nenhuma medalha de França, mas pelo menos também não trazemos E. Coli.

Na verdade, ninguém precisa da infame bactéria quando tem um Partido Comunista Português a garantir os mais elevados níveis de aroma a putrefacção. E se desta vez o PCP caprichou em termos de repugnância. Estão sempre a criticar o partido por causa da “cassete”, mas desta vez não. Desta vez os comunistas portugueses esmeraram-se. Esmeraram-se tanto que até os seus comparsas venezuelanos disseram “Eh, pá. Calma lá com esse comunismo todo, camaradas. Olhem que o Maduro não é assim tão espectacular. Começou muito bem, é verdade, mas depois descambou um bocadinho. Temos aqui, na calha, um ou outro ditador, pronto para entrar, bem mais fresquinho.”

Ainda assim, o PCP não vacilou no apoio a Nicolás Maduro, que não é nenhum Kim Jong Un, é certo, mas precisamente por isso, dêem tempo para o homem trabalhar. Da minha parte, e depois deste puxão de orelha comunista – para não se rirem do estado em que ficou o abano do Trump -, já vi tudo. Por esta altura, o proverbial porco a andar de bicicleta já enverga a camisola às bolinhas de Rei da Montanha da Volta a França. Aqui chegados, já só ficarei surpreendido quando houver um dia fresquinho no inferno. Ou quando António Guterres pedir à Greta Thunberg para se deixar de histerismos com o aquecimento global. Ou quando começar a haver artistas a desistirem de actuar na Festa do Avante. Ou quando, para tomar o poder na Câmara de Lisboa, PS, Livre e BE deixarem de fazer questão de ter o PCP no mesmo barco. Ou quando este barco metafórico acertar metaforicamente, mas em cheio, num valente iceberg. Aí, a surpresa seria mesmo das boas.

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