Mudar para um país estrangeiro em busca de novas oportunidades, sucesso e estabilidade é uma jornada repleta de emoção, desafios e descobertas, mas também medo e ansiedade. Imagine ter a oportunidade de abrir as asas e voar para terras distantes, estar imerso numa cultura diferente, num lugar com diferentes sítios para explorar, novas cozinhas para degustar, e novas experiências que nunca teria caso não arriscasse. Neste artigo, convido-o a embarcar na hipótese do ‘E se eu fosse além-fronteiras’, conjugar o verbo ir!

Quando decidimos dar esse salto de fé, mergulhamos em um turbilhão de emoções. Deixamos para trás o conforto do lar, os abraços familiares e as ruas que tantas vezes percorremos e sabemos de cor. Mas uma coisa é garantida, é quando vamos para além da nossa zona de conforto que nos encontramos a nós mesmos, que nos sentimos orgulhosos por conseguirmos desenrascar-nos e sobreviver. É no desconforto que se encontra a oportunidade de crescimento pessoal e profissional que tanto procuramos.

Uma vez chegados a solo desconhecido, enfrentamos o desafio inicial da adaptação. Os novos cheiros, os sons, as palavras que nos podem soar estranhas, e as expressões faciais de desconhecidos que vamos tentando descodificar, tentando encontrar semelhanças com as de casa. É como se estivéssemos a aprender a dançar uma coreografia desconhecida, mas com o tempo tornamo-nos mestres dessa dança que passa a ser o novo dia-a-dia. Aprendemos a valorizar as diferenças, a celebrar as tradições locais e a abrir os nossos corações para as novas pessoas e experiências que nos cercam. Passam a ser a nossa casa longe de casa.

Construir uma nova rede de apoio é essencial nessa jornada. Encontramos pessoas com histórias diferentes e de coração aberto que nos acolhem como membros de uma nova família. Juntos, compartilhamos risadas, histórias, sonhos e a vida, formando uma teia de conexões que perdura. Participar em grupos comunitários locais, eventos culturais e actividades de voluntariado, praticar desporto de equipa são algumas das coisas que podemos fazer para conhecer novas pessoas e começar a construir e a sentir em casa.

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No âmbito profissional, enfrentamos desafios empolgantes. As portas abrem-se para novas oportunidades! Mostrar o nosso valor leva o seu tempo, mas é reconhecido e recompensado. Lá fora conseguimos progredir profissionalmente mais rápido e dão-nos as ferramentas para o concretizarmos. Com paciência e resiliência, ultrapassamos cada obstáculo, adaptamo-nos às exigências do novo mercado de trabalho e demonstramos o nosso valor. O céu é o limite!

Embora enfrentemos desafios, a recompensa é imensurável. Descobrimos um mundo repleto de novas caras, locais para explorar, sabores para experimentar, músicas para ouvir, e tradições para aprender. Cada esquina revela uma história cativante à espera de ser contada. Aprendemos a valorizar a diversidade, a abraçar diferentes pontos de vista e a expandir os nossos horizontes. Com cada desafio superado, tornamo-nos versões mais fortes e resilientes de nós mesmos. Passamos a ser camaleões!

Além disso, vivenciamos a magia que é ser cidadãos do mundo, como dizia Albert Einstein. O mundo torna-se o nosso lar e as fronteiras desaparecem.

João Hugo Silva é co-fundador da Mycareforce, uma solução que pretende dar resposta à falta de profissionais de saúde. Licenciado em Economia e Mestre em Gestão e Finanças. É membro do Global Shapers Lisbon Hub desde 2022.

O Observador associa-se ao Global Shapers Lisbon, comunidade do Fórum Económico Mundial, para, semanalmente, discutir um tópico relevante da política nacional visto pelos olhos de um destes jovens líderes da sociedade portuguesa.  O artigo representa a opinião pessoal do autor, enquadrada nos valores da Comunidade dos Global Shapers, ainda que de forma não vinculativa.